Com toda proteção que o momento exige, a população tem saídos às ruas pelo impeachment do presidente Bolsonaro e pelo fim de seu governo. Máscaras de proteção, uso constante de álcool em gel, distanciamento social, muita luta e resistência marcaram as manifestações que tomaram as ruas pelo Fora Bolsonaro, vacina já para todos e todas e a volta do auxílio emergencial no valor de R$ 600 até o fim da pandemia.
As manifestações do dia 29 de maio ganharam as ruas e as redes sociais. Foram realizados protestos em 213 cidades do Brasil e em outras 14 de diversos países, com a participação de mais de 420 mil pessoas. Nas redes sociais, só no Twitter por exemplo, a hashtag #29MForaBolsonaro recebeu 1,8 milhão de postagens e 841 mil compartilhamentos. A grande participação nos atos, seja presencial ou virtualmente, mostra aquilo que as pesquisas de opinião já indicavam: a grande maioria do povo brasileiro rejeita as políticas sanitária, social e econômica de Bolsonaro e quer o fim de seu governo. É urgente outro projeto e um novo governo para o país, que combata a desigualdade social, distribua as riquezas, gere emprego e renda, retome as políticas sociais e restabeleça a democracia e a soberania.
É preciso dar um basta à política do genocídio que já levou à morte quase 500 mil pessoas pela Covid-19, muitas das quais poderiam ter sido evitadas. Por isso, decidimos promover manifestações de rua pelo Fora Bolsonaro e por vacina, porque é preciso oferecer ao povo outra opção que não seja a de morrer de Covid ou de fome. Bolsonaro atua contra a vida em todas as frentes. Caminha de braços dados, na mesma via que a doença que mata nosso povo e leva tristeza e dor a milhares de famílias todos os dias. O presidente sabota medidas de enfrentamento à pandemia, sabota a aquisição das vacinas e é responsável pelo o aumento da fome, ao tomar medidas cruéis, como a redução do auxílio emergencial, os cortes nos programas sociais, principalmente na educação e habitação.
O Brasil encerrou o primeiro trimestre em março com 14,7% de desemprego, o que corresponde a 14,8 milhões de desempregados. No mesmo período, em 2020, o percentual era de 12, 2%, segundo o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE). Quanto mais Bolsonaro permanece no poder, mais o nosso país se afunda na miséria e na fome. Sem emprego e sem políticas públicas, é cada vez maior o número de pessoas que ingressa na linha abaixo da pobreza: são 27 milhões vivendo nesta condição, o equivalente a 12,8% da população brasileira. Esse número triplicou, de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Não bastassem a fome e o desemprego, o Brasil vai se firmando como um dos piores países na gestão da crise da Covid-19. Estamos há quase um ano e meio enfrentando a pandemia e chegamos a junho com um média móvel de mortos altíssima, em torno de dois mil por dia. São vidas perdidas para a doença, mas também para a política genocida e negacionista adotada por Bolsonaro, que recentemente afirmou que quer a desobrigação do uso da máscara de proteção no país. Mais uma postura que se soma a tantas outras de negação da ciência e em prol da doença, do sofrimento e da morte. Precisamos dar uma basta nisso! A demora para a chegada de vacinas na quantidade necessária para toda a população é proposital. O projeto de governo de Bolsonaro é a necropolítica, isto é, de extermínio dos mais pobres, que são os que mais morrem por Covid, de fome e balas disparadas por agentes do Estado. De janeiro até aqui, desde que começou o plano de vacinação, apenas 11,16% da população recebeu a primeira e a segunda doses da vacina. Se continuarmos assim, caminhando a passos lentos, ainda teremos muito sofrimento pela frente. É preciso que Bolsonaro seja afastado da Presidência já. Por isso, nossa bandeira principal do 19J é Fora Bolsonaro e vacina em quantidade necessária para a preservação de vidas.
A manifestação de 29 de maio inaugurou um novo patamar de luta contra o governo Bolsonaro. Diversos setores da sociedade, liderado pelos movimentos sociais e populares, se levantam contra a política da morte, da fome e porque não aguentam mais tantos desmandos em todas as áreas. Tomamos a decisão de não esperar 2022 para vencer Bolsonaro na eleição. É preciso derrubar o governo agora em 2021. A articulação que convocou os últimos atos e que reúne centenas de organizações nacionais, entre partidos de esquerda, frentes, entidades de movimentos socais e populares, avaliaram como uma enorme vitória política a realização do 29M em todo o país pela Campanha Fora Bolsonaro.
O sucesso das mobilizações de 29 de maio é resultado da unidade construída a partir da Campanha Fora Bolsonaro. As lideranças souberam interpretar a disposição das pessoas de saírem às ruas para protestar contra os desmandos deste governo genocida. Uma nova mobilização nacional ocorrerá no dia 19 de junho em todo o país. O grito pela vacina já, pelo retorno do auxílio emergencial de 600 reais, até o fim da pandemia, e o Fora Bolsonaro voltará a ecoar novamente em todo o país.
O espaço das ruas está sendo novamente ocupado. A rua grita Fora Bolsonaro, grita em favor da vida, contra o negacionismo, contra a fome, contra o desemprego. É preciso que as instituições ouçam o recado do povo brasileiro. O Senado tem a responsabilidade de dar sequência às investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, com indiciamento dos responsáveis pelas milhares de mortes no país. A Câmara dos Deputados deve dar resposta aos 120 pedidos de impeachment que aguardam análise de seu presidente. E a resposta não pode ser outra que não seja o fim deste governo que arrasta milhares para a pobreza e a miséria, que promove a fome, a doença e ameaça a democracia e a liberdade. Enquanto Bolsonaro promove o passeio da morte, gastando recursos públicos, nós iremos às ruas, de máscara de proteção, com álcool em gel e distanciamento. Compareça aos atos. Já provamos que é possível fazer mobilização de rua com cuidados sanitários e denunciar o negacionismo e o genocídio, defender a vida. Bolsonaro não tem condições e não é capaz de assegurar ao povo nem o pão nem a paz. #19JForaBolsonaro.
**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.