Cartas do Pai: Governo Assassino

Ivan Cosenza lembra que a arte e o humor de Paulo Gustavo, assim como os de Henfil, seu pai, que se foi há mais de 30 anos, também nos foram tirados por uma pandemia. E pela ingerência criminosa de quem está no poder

Escrito en OPINIÃO el

Rio de Janeiro 23 de Abril de 2021.

Pai,
Nos anos 80 vivemos uma pandemia que levou sua arte, seu humor.
Ontem outra pandemia silenciou a arte e o humor de Paulo Gustavo!
No seu caso, o governo não controlava a qualidade do sangue e te matou, sem chances de se defender.
Assassinou você e milhares de brasileiros, com o descaso com a saúde.
De lá pra cá tínhamos melhorado muito, tivemos a H1N1, e o governo do seu amigo Lula vacinou 80 milhões de brasileiros em tempo recorde.
Nem sentimos o impacto da doença e viramos referência mundial em vacinação!
Aí o golpe veio.
Congelaram o gasto com saúde por 20 anos, e quando achávamos que tava tudo ruim, a coisa piorou mais ainda, quando um genocida foi eleito presidente.
Em vez de proteger a população, ele planejou contaminar todo mundo, de propósito!
Pra cumprir o plano, ele incentivou as pessoas a saírem na rua, não usarem máscara e receitou remédio sem efeito, mesmo sem ser médico.
Pra completar, recusou as ofertas de vacinas, que podiam salvar milhares de vidas.
O SUS já tinha declarado que conseguiria vacinar três milhões de pessoas por dia. Contando as duas doses, em menos de 5 meses vacinaríamos toda a população brasileira.
As vacinas chegariam em dezembro e terminaríamos a vacinação no meio de abril.
Com 42 anos, Paulo Gustavo teria sido vacinado em janeiro ou fevereiro. Imunizado, hoje estaria vivo!
Ele e metade das vítimas teriam sido salvas.
Vocês dois foram mortos por governantes assassinos!
Era para estarem nos alegrando ainda.
Pessoas como vocês, Henfil e Paulo Gustavo, fazem falta.
Um beijo do seu filho,
Ivan

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.