"Amor à primeira vista", disse Bolsonaro a ministro que empregou namorada do dono da mansão comprada por Flávio

Vídeo revela declaração de Bolsonaro ao ministro João Otávio Noronha, o mesmo que libertou Queiroz, votou a favor da anulação da quebra de sigilo de Flávio e empregou a namorada do dono da mansão, a quem o filho do presidente ainda deve R$ 1,8 milhão

João Otávio de Noronha e Bolsonaro (Foto José Cruz/Agência Brasil)Créditos: STJ
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Há mais obscuridade na compra da mansão no Lago Sul, área nobre de Brasília, por Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), do que sonham os ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tornaram em vão a quebra de sigilo bancário e fiscal que comprovam os crimes de corrupção cometidos pelo organização criminosa comandada pelo filho do presidente na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

A relação de Jair Bolsonaro com o ministro João Otávio Noronha, ex-presidente do STJ que empregou em seu gabinete a juíza Claudia Silva de Andrade, é de "amor à primeira vista", como o próprio capitão confessou em cerimônia no Planalto em abril de 2020.

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Noronha retribuiu tanto amor ao livrar Fabrício Queiroz da prisão e votar a favor da anulação da quebra de sigilo do filho 01 de Bolsonaro.

Claudia é namorada de Juscelino Sarkis, a quem Flávio ainda deve pouco mais de R$ 1,8 milhão pela compra da mansão de 1.100 metros quadrados, que já se encontra sob escolta do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Flávio pagou do próprio bolso apenas R$ 1,09 milhão do valor total. O pagamento foi feito como à época em que Fabrício Queiroz comandava o esquema de "rachadinha" no gabinete da Alerj, com depósitos bancários: R$ 200 mil em 23 de novembro, R$ 300 mil em 10 de dezembro, e R$ 590 mil no dia 11 de dezembro. Não se tem notícias de outros valores, como os costumeiros depósitos de R$ 2 mil em dinheiro em caixas eletrônicos na Alerj.

A juros módicos, o Banco de Brasília depositou na conta de Sarkis R$ 3,1 milhões do financiamento obtido por Flávio. No total, foram pagos R$ 4.190.278,30 pela mansão até agora.

O residual é de cerca de R$ 1,8 milhão, valor superior ao patrimônio de R$ 1,74 declarado por Flávio na eleição de 2018. Resta saber, agora, onde o clã Bolsonaro encontrará amor suficiente para pagar a dívida.