Eu sou porque elas foram – Por Adriana Mendes

O documentário Mulheres Iluminando o Mundo traz as histórias de 8 pioneiras, que aumentaram fronteiras, que inspiram e motivam outras mulheres a ocuparem lugares de liderança, com seus exemplos e iniciativas

Cena do Filme Mulheres Iluminando o Mundo -Lavradoras -Foto: Diego Carvalho
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Se um dia tive a oportunidade de me tornar atleta e desconsiderar qualquer desmotivação, como os comentários sobre o esporte “masculinizar” as mulheres, foi porque muitas outras passaram por isso antes de mim. Da mesma forma como ser jornalista foi um sonho de criança, que eu sabia que poderia se tornar realidade porque eu via a Marília Gabriela apresentando TV Mulher, na Rede Globo.

Sim, a representatividade importa muito. Avançamos desde que eu era essa menina, lá no final dos anos 1970, começo dos 80, mas ainda faltam séculos para haver igualdade de gênero. No ritmo que vamos, teremos que esperar 257 anos para alcançar a paridade salarial, conforme o último o Fórum Econômico Mundial (WEF). O relatório anual, elaborado em 153 países, contempla a paridade entre homens e mulheres nas áreas de saúde, educação, trabalho e política. O estudo registrou melhorias em todas as áreas, exceto na trabalhista. E os avanços são atribuídos, em grande parte, ao aumento significativo do número de mulheres na política.

Mas é difícil aceitar que as próximas gerações ainda vão sofrer tanta discriminação. Inclusive há muitas pessoas engajadas para mudar esse cenário.

Assim eu cheguei no Projeto Mulheres Iluminando o Mundo (MIM), que tem o apoio da ONU Mulheres Brasil e do Pacto Global. O Projeto MIM promove a igualdade de gênero, dando visibilidade para mulheres pioneiras, em cargos de liderança, muitas vezes considerados “masculinos”. No Projeto está o documentário Mulheres Iluminando o Mundo, que mostra desde uma pilota de helicóptero em Minas Gerais, que fez o primeiro resgate na tragédia de Brumadinho; passa pela primeira professora negra do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), pela primeira presidente da Fiocruz (Fundação Fiocruz) e por outras histórias (não vou dar tanto spoiler) que inspiram pela visibilidade que precisamos ter, com nossos corpos femininos ocupando os espaços de liderança e poder.

Além do documentário, com roteiro e direção da cineasta Gisela Arantes, que protagonizou o sucesso Glub Club (TV Cultura) e fez parte do imaginário da minha filha mais velha (mas essa é outra história), o Projeto terá 8 pílulas de filmes, com cada uma das protagonistas. E o Ecossistema Digital, que vai iluminar ações, coletivos, empresas e iniciativas que promovam a igualdade de gênero de forma efetiva. Mostrando que é esse o caminho para um mundo mais justo, igualitário, de oportunidades pra todos.

A pré-estreia é nesta quinta-feira, às 18h30, online, com inscrição gratuita. Depois haverá um debate com duas das protagonistas: Miriam Aguiar, produtora de café e presidente da Aliança Internacional das Mulheres do Café, e Sandra Benites Nhadewa, antropóloga, indígena e curadora-adjunta do MASP (Museu de Arte de São Paulo), a diretora Gisela Arantes, Mafoane Odara, líder em Recursos Humanos para a América Latina no Facebook, Carlo Pereira, Diretor Executivo do Pacto Global, com mediação de Adriana Carvalho, que liderou o Programa Ganha-Ganha da ONU Mulheres Brasil.

Compartilho aqui com vocês o trailer e o convite para assistir a pré-estreia desse filme que traz um tema tão urgente e fundamental para a sociedade. Também o site para vocês conhecerem mais sobre o Projeto MIM.

Karla Leal, major e pilota de helicóptero - Diego Carvalho
Miriam Aguiar, produtora de café e presidente da Aliança Internacional das Mulheres do Café - Diego Carvalho
Sandra Benites Nhadewa, curadora-adjunta do MASP (Museu de Arte de São Paulo) - Diego Carvalho
https://youtu.be/WgeiODvDuNY

https://bit.ly/estreia_mulheres_iluminando_mundo


www.mulheresiluminandomundo.org

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.