Crime e Castigo – Por Juca Ferreira

Na CPI, uma lama tóxica foi revelada como uma espécie de complemento pragmático do negacionismo e da necropolitica praticada e defendida pelo governo

Fabiano Contarato repreende Otávio Fakhoury na CPI | Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado
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A CPI do Senado encarregada de investigar os erros e crimes em torno do enfrentamento desastroso da pandemia no Brasil fez um belo trabalho. A morte de mais de 600 mil pessoas é inaceitável e não pode ser naturalizada e a CPI conseguiu ser coerente e exemplar.

Muita gente não acreditava na coragem dos senadores de investigarem a fundo e caracterizarem os crimes cometidos com as devidas responsabilizações.

As sessões da CPI foram acompanhadas por milhões de brasileiros e brasileiras e, assim, os senadores conseguiram dar visibilidade para todo o Brasil do descaso e para os crimes deliberados que atingiram a vida de muita gente.

Desde ações deliberadas para empurrar os brasileiros e brasileiras para a contaminação para não prejudicar as atividades econômicas e na crença de que morreria muita gente, mas os que sobrevivessem estariam imunizados, como se fôssemos um rebanho.

Os trabalhos da CPI acabaram também revelando várias redes de corrupção no Ministério da Saúde com conhecimento do governo e com a tolerância do presidente e a cumplicidade dos seus familiares, em torno da compra de vacinas e outros insumos.

Uma lama tóxica foi revelada como uma espécie de complemento pragmático do negacionismo e da necropolitica praticada e defendida pelo governo.

Agora é aprovar o Relatório e chegou o momento de toda a sociedade cobrar a punição dos criminosos.

A repercussão negativa está se espalhando por todo o mundo e a imprensa mundial vem denunciando de que se tratou de uma ação deliberada e criminosa envolvendo diretamente o presidente da República.

**Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum.