Ringo Starr, o baterista da maior banda da Terra, chega aos 80 anos

Óbvio que Ringo não teria sido um artista tão reconhecido não fossem os Beatles. Mas, com toda a certeza, os Beatles também jamais seriam o que foram sem ele

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Ringo Starr completa 80 anos. Ringo Starr foi o baterista da maior banda de rock do mundo de todos os tempos, os Beatles. Apesar de criticado por certa falta de técnica, ele explodia em criatividade e acabou por ser fundamental em um grupo que tinha até no título um trocadilho com a palavra ritmo.

O cidadão inglês, Richard Starkey, nasceu em Liverpool, no dia 07 de julho de 1940 e entrou para os Beatles aos 45 minutos do segundo tempo, por exigência do produtor George Martin, que não gostou de Pete Best, o baterista original. Se Best passou à posteridade como o cidadão mais azarado do mundo, Ringo é até hoje considerado por muitos como o mais sortudo.

O azar de Best não se discute. Ringo, no entanto, sempre foi alvo de uma profunda injustiça. Além de ser um baterista extremamente preciso, tem um tempo incomum que está sempre um tanto à frente, o que faz com que a banda pulse como poucas (ou alguém duvida da capacidade rítmica dos Beatles?), ele também é a simpatia em pessoa.

Os Beatles devem, e muito, à capacidade de Ringo divertir e entreter. Coadjuvante na banda, sua participação nos filmes do grupo é central, imprescindível, sobretudo em “Help!”, de 1965. Tanto é que, dos quatro, Ringo foi o que teve a carreira mais sólida no cinema. Sua participação como o pré-histórico Atouk, no filme “Caveman”, de 1981, do diretor Carl Gottlieb, é impagável.

Além disso, Ringo cantou – e bem – pouco mais de meia dúzia de canções nos discos dos Beatles que se tornaram inesquecíveis. Entre elas estão “Yellow Submarine”, de Paul McCartney e “While a little help from my friends”, de Lennon e McCartney, que se tornou um clássico da fase psicodélica da banda. Outra canção relevante, de autoria do próprio Ringo, é a infantil “Octupus Garden”.

Quando os Beatles se separaram, o único dos quatro que manteve amizade estreita com todos foi ele. Seu terceiro disco solo, “Ringo”, de 1973, é o único que reúne os quatro Beatles de volta em um mesmo álbum, mas não nas mesmas canções.

Ringo seguiu carreira solo, fez vários discos muito divertidos, sempre repletos de suingue e rock and roll. Passou décadas rodando o mundo com a sua Ringo and His All-Star Band, que reunia em várias versões diferentes diversos amigos roqueiros, muitos deles famosos, como Peter Frampton, Jeff Lynne, Tom Petty, Joe Walsh e Jim Keltner.

Em uma dessas turnês, esteve em São Paulo e entregou o que prometeu, ou seja, muita diversão e música boa. Sua entrada no palco, sempre irônico, era inesquecível: “Vocês se lembram de mim? Se lembram de mim?”, enquanto o público devolvia agradecido: “sim, sim”.

Ringo chega aos 80 anos ainda fazendo shows, afastado temporariamente por conta da pandemia, mas presente nas redes sociais. É um dos grandes do nosso tempo. Óbvio que não teria sido um artista tão reconhecido não fossem os Beatles. Mas, com toda a certeza, os Beatles também jamais seriam o que foram sem ele.

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