A última revelação da Vaza Jato expôs a aliança indevida do FBI com a Lava Jato, colocando a operação em maus lençóis.
A atuação causou, inclusive, uma reação dentro do Ministério Público. O Coletivo Transforma MP, publicou uma nota onde afirma que ‘desde o começo da chamada “Operação Lava-Jato”, importantes e conceituados juristas alertaram para o risco de se fazer do necessário “combate à corrupção” uma cruzada inconsequente. Não se pode enfrentar o cometimento de crimes violando-se a lei, sob pena de o Estado igualar-se àqueles que pretende investigar e processar. A atuação estatal somente é válida e legítima se observar de maneira rigorosa as formalidades legais, sob pena de todo o trabalho desenvolvido tornar-se imprestável’.
Com isso, o debate sobre a índole da operação ficou sob o olhar da desconfiança (novamente). Na semana passada eu já havia apontado que o Partido Lavajatista havia lançado o seu Manifesto de Julho, tal qual como os Integralistas com o seu Manifesto de Outubro em 1932.
O “manifesto” era uma clara declaração de intenções eleitorais do “partidão”, elencando inclusive seu inimigo pós-pt, sim, Jair Bolsonaro.
Longe de mim defender Jair Bolsonaro, tenho ojeriza a tudo que ele defende e representa, mas isso não me impede de fazer alguns questionamentos lógicos.
Quais informações a lava jato teria sobre o presidente ou o seu entorno? Como a Lava Jato poderia prejudicar Bolsonaro a ponto de ele querer atacar a operação? Até hoje Bolsonaro não teve qualquer tipo de envolvimento revelado, nosso presidente está longe da Petrobras e próximo de um posto de gasolina. Não faz sentido.
Em menos de um mês o “partido” atingiu mais o PSDB do que fez em 6 anos. Começamos julho com uma operação contra José Serra e agora chegamos no meio do mês A Lava Jato em São Paulo indiciando Geraldo Alckmin por suspeita de lavagem de dinheiro, caixa 2 e corrupção.
Em 2018, conseguimos assistir a candidatura de Geraldo Alckmin derreter, os “vazamentos” da Lava Jato e o Joesley Day foram os catalizadores.
E essa onda antipolítica que infelizmente ainda assola e promove a ignorância entre a sociedade brasileira poderá fortalecer ainda mais Moro e Bolsonaro na disputa da extrema-direita ao segundo turno de 2022.
E assim chegamos na segunda metade de 2020 com o Partido Lavajatista atropelando dois virtuais oponentes de Sergio Moro em 2022, Bolsonaro e Doria.
Dessa vez cabe notar que não houve nenhum “vazamento” conveniente, ou linchamento midiático com coletivas e power point.
Tudo feito na mais perfeita cordialidade e dentro do que deveria ter ocorrido também com outros políticos que são alvos do grupo. Respeito pela legalidade.
Longe e mim fazer acusações levianas, mas fico curioso em saber se por acaso a Lava Jato não estaria limpando o caminho para 2022.
Estariam aguardando formação das chapas da esquerda para o ataque? Assim como foi em 2018?
Se Witzel, Zema e Doria não se unirem, Moro e Bolsonaro vão passar e jogá-los para fora do campo.
Quem será o próximo alvo do partido?
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum