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OPINIÃO
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Ontem, o Jornal Folha de São Paulo publicou uma notícia de que 300 professores da Uninove foram demitidos no dia 22/06, enquanto se conectavam para dar aulas por uma janela pop-up. A demissão foi tão descabida que os professores acharam que era um erro da plataforma digital da instituição. É a tecnologia facilitando a vida do patronato com o endosso legal da "deforma" trabalhista de Temer. Lembram, o negociado sobre o legislado?
A Fepesp (Federação dos Professores do Estado de São Paulo) informa que, em plena pandemia, a demissão em massa continua. Em entrevista à Agência Sindical, o presidente da Federação, Celso Napolitano, comentou a crueldade do patronato do ensino privado: “Imagine o professor abrir a plataforma pra trabalhar e receber o aviso de demissão (...) É uma imoralidade a forma como foram feitas as demissões”, diz o professor. O SinproSP (Sindicato dos Professores de São Paulo), que representa os docentes da rede privada de São Paulo, recorreu à Justiça contra este descalabro. Na última terça (23/06), o sindicato ajuizou dissídio coletivo de natureza jurídica no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. A Uninove terá de se justificar em audiência sobre as demissões. O protocolo da ação contra a Uninove solicita a anulação, em caráter liminar, das demissões. A data do julgamento será determinada pelo TRT, mas os advogados do Sinpro-SP buscam a mediação do TRT pra abrir negociação e tentar uma solução em tempo hábil. Napolitano, lembra que a reforma trabalhista de 2017 de Temer permitiu a demissão em massa promovida pela Uninove e ressalta o enorme impacto social desta desumanidade em tempos de covid19. “O fato de ocorrer em meio à pandemia, da forma como foi feita, agrava ainda mais a situação. Por isso, estamos apelando ao Tribunal pra que as condições nas relações capital-trabalho sejam preservadas, com bom senso e sentido humano”, afirma Celso Napolitano. A Fepesp orienta ainda que os professores demitidos não atendam às solicitações da Uninove como entregar sua carteira de plano de saúde, porque isso é ilegal. Há ainda um abaixo assinado online contra os abusos da UNINOVE, organizados pelos estudantes da instituição que pode ser assinado aqui. Para os trabalhadores da educação atingidos pela demissão em massa, o Sinpro-SP criou um e-mail uninove@sinprosp.org.br, para que tenham uma comunicação direta e específica com o sindicato. Procure seu sindicato. Com informações da Fepesp, do SinproSP e Agência Sindical. |