O que temes, Rodrigo Maia? São os palavrões, as ameaças, as milícias digitais? São os vândalos à tua porta, as carreatas insanas, os trezentos fascistas na esplanada? Ou são os perdigotos de farda, sem a máscara da lei, na UTI da democracia? O que temes, Rodrigo, para não dar início ao impeachment?
Quantos crimes serão necessários? Envolvimento com milícias, intervenção na polícia federal, obstrução da justiça a favor dos filhos, receita de cloroquina. Do que mais precisas, Rodrigo Maia? Quantos ainda precisam morrer? Quantos precisam te alertar? A água já bate no pescoço e tu não aprendes a nadar. O que temes, Rodrigo Maia?
Quanto tempo ainda vais esperar? Com quantas janelas se faz uma passeata? Quantas panelas valem um carro de som? E se não houver mandato a exercer, Rodrigo Maia? O cabo e o soldado já estão na porta do STF. O ministro da educação fez o convite. O da justiça se calou. O da casa civil mostrou os dentes. E o presidente mandou armar o gado alucinado.
Já passou da hora, deputado. Chega de notas de repúdio. Chega de escorregar na cadeira. Chega de abraços forçados. Só o impeachment salva o país. E só tu podes iniciá-lo. Então, o que temes, Rodrigo Maia?
Não espere que uma nova ditadura tome as rédeas do poder. Não espere que o hálito do cavalo seja o prenúncio do cassetete. Não espere que o guarda da esquina mate o estudante. Não espere que hemorroida moral de Bolsonaro se torne o novo normal no país. Não espere que outro filho de exilado te pergunte: o que temes, Rodrigo Maia?