A escolha do candidato à presidência dos Estados Unidos pelo Partido Democrata chega em sua reta final. A chamada “3ª super terça-feira” será amanhã (17) e pode decidir quem será o indicado do partido para disputar a eleição contra Donald Trump.
A campanha prévia ou primária pode durar até junho, caso nenhum candidato alcance uma vantagem matemática que o torne inalcançável. Atualmente, o ex-vice-presidente de Barack Obama, Joe Biden, lidera a corrida após uma recuperação extraordinária.
Biden tem 894 delegados, enquanto o senador Bernie Sanders tem 743. Os candidatos precisam 1991 delegados para assegurar sua indicação como candidato do partido em sua Convenção Nacional.
Após um início empolgante de Sanders, que teve sua maior vitória na Califórnia, Biden retomou a liderança e o favoritismo, sendo vitorioso em estados expressivos eleitoralmente, como o Texas, Michigan e a Carolina do Norte.
Em pouco mais de um mês, outros pré-candidatos, como Bloomberg, Buttgieg, Klobuchar e a senadora Warren acabaram por desistir do pleito. Enquanto os outros candidatos imediatamente declararam apoio a Biden, a senadora, assediada por ambos, ainda não declarou seu voto.
A 3ª "super terça-feira" poderá definir ou deixar quase definida a situação dos candidatos, já que estará em jogo a disputa em estados com números expressivos de delegados como a Flórida (219), Illinois (155) e Ohio (136). Ao que tudo indica, essa será a última chance de Sanders. Se sobreviver, terá dois embates em 28 de abril nos estados de Nova York (274) e na Pennsylvania (186), que definirão a eleição.
Com um perfil mais à esquerda, Bernie Sanders tem trazido um debate, para muitos, mais “social-democrata” ou de esquerda ao partido, visto como “social-liberal” por grande parte dos analistas, socialista em termos comportamentais e neoliberal em termos econômicos.
Dentre suas principais propostas, Sanders vem enfatizando a defesa de um sistema de saúde público acessível a todos e também o direito à educação. O senador procura apresentar-se como a alternativa para novas gerações e o debate ideológico à “desgastada” cúpula do partido. Entretanto, muitos desconfiam de sua liderança e alinhamento político.
Biden por sua vez, que ganhou a maioria dos estados, com exceção da “progressista” Califórnia, apresenta-se com um perfil mais moderado e no debate de domingo (15) falou em ter uma vice-presidente mulher, sinalizando uma provável negociação com a Senadora Elizabeth Warren.
Pesquisas de opinião veiculadas nos últimos dias e meses mostram tanto Biden quanto Sanders à frente de Trump. Entretanto, o estilo de polarização de Trump serve para rejeição e também sua aceitação. O polêmico presidente tem a seu favor o desempenho da economia, entretanto o coronavírus e seu estilo agressivo sobre vários temas abre possibilidades aos opositores.
A convenção nacional do Partido Democrata está marcada para 13 de julho. A eleição presidencial norte-americana está marcada para 3 de novembro.