Uma sala com pouca iluminação, abafadiça e úmida, em local desconhecido. O corpo trêmulo de nervoso e o coração acelerado deixam a respiração um pouco ofegante. O soco na lateral da face é tão forte que um gosto amargo vem na garganta, os dentes se batem, alguns trincam e toda a cabeça fica quente instantaneamente.
Os gritos confusos na voz ensandecida são interrompidos por mais socos no rosto. Puxado pelos cabelos, o corpo se dobra para a frente e recebe joelhadas. Elas pegam na boca, nariz, no peito. Em meio ao desespero e à dor aguda, um líquido escorre pelo rosto. Claro que é sangue.
Minutos depois já não dá para mover o pescoço e abrir a boca. O inchaço não permite a abertura dos olhos. Até os gânglios perto do ouvido ficam dilatados, arranhados, tão sensíveis e machucados que doem para respirar.
O estrondo metálico batendo contra a madeira vem junto com uma dor incontrolável e com berros desordenados. Foram os dedos que se esmagaram. Estão quebrados agora. Dilacerados.
Quase inconsciente, cheio de sangue e com a cabeça pulsando, como se o cérebro estivesse dilatado, o medo horripilante da humilhação sexual parece se concretizar. As calças são abaixadas com violência, fios e fragmentos metálicos gelados furam a genitália. Uma dor indescritível irradia a partir da pélvis em impulsos elétricos. Os choques provocam contrações em todas as partes. O corpo destroçado, formigando, urina e defeca.
A tortura é o mais covarde dos horrores. O torturado é desumanizado e o torturador não é humano.
Não haverá inferno suficiente para este homem. Só uma mente doentia e completamente corrompida pela depravação moral, como a de Jair Bolsonaro, é capaz de rir e debochar de seres humanos torturados.
Toda minha solidariedade à presidenta Dilma Rousseff e a todos os seres humanos que tiveram que passar por isso, em qualquer lugar do mundo.