O debate nas hostes militantes e acadêmicas questiona se o PT morreu.
De tempos em tempos, há um revival assim: Stalin morreu? Lenin morreu? Elvis morreu?
Não, ninguém morre.
Mas há, segundo Antonio Gramsci, "ideias necessárias e ideias arbitrárias".
O critério de necessidade ou arbitrariedade é decidido, não pela Capes, mas pela história, ao menos para os que acreditam na filosofia da práxis.
O PT foi o mais vigoroso partido de massas da América Latina. Conduziu, por 13 anos, a mais longeva experiência democrática da centro esquerda de governo da República brasileira.
Fez isto nas condições do espasmo do pacto civilizatório da Constituição de 88 e o interregno de crescimento do ciclo capitalista, motivado pelo fator China.
Este tempo passou, acabou.
É óbvio que o PT não acabou.
Mas, o tempo atual exige outro tipo de compromisso, de luta e de enfrentamento que o PT não se mostra talhado a fazê-lo.
Ainda que haja militantes valorosos e imprescindíveis, as ações das direções partidárias têm se movido muito mais em direção ao passado do que ao futuro.
Há um saudosismo da conciliação, há o apelo quase mítico da "saudades do meu ex".
Ocorre que o tempo não volta atrás.
Marx nos advertia que não podemos olhar para a História com olhos de antiquário.
O tempo é outro. Exige renovados desafios. Exige outro tipo de aliança. E, precisamente, cobra o confronto, que nem todos os segmentos progressistas estão dispostos a enfrentar.
O PT não morreu.
Mas, o tempo passou na janela...
E há quem não viu.
*Este artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Fórum