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OPINIÃO
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Por mais nocivo que seja Jair Bolsonaro, talvez o assunto que eu tenha falado aqui seja a Lava jato e seus desatinos.
Sim, a operação é prejudicial ao país, danosa ao estado democrático de direito e à democracia brasileira. É uma operação antipatriótica.
Nos últimos dias conseguimos enxergar até onde o movimento lavajatista está disposto a ir com a chancela do Ministro Sérgio Moro em algum episódios distintos. Vamos lá.
Em meu Twitter eu pontuei o seguinte: “Longe de mim apoiar o Bolsonaro, mas já perceberam que Fux atropelou uma sanção do presidente que foi aprovada por maioria do Congresso?
Barroso deve estar saltando de alegria com a possibilidade de até mesmo atropelar o presidente.”
E o mais interessante é ver os “apoiadores “do presidente celebrando o atropelo. Acontece que já há uma movimentação no entorno da extrema-direita para empossar Moro como novo rei dos desvairados. Logo, os apoiadores do presidente, não são tão do presidente assim. Aos poucos o bolsonarismo vai abrindo espaço para o Morismo.
Em junho do ano passado, eu já fazia este alerta sobre as ambições de Moro, que não nega uma possível candidatura para 2022.
Mas enfim, voltando ao assunto principal. Não precisa ser um “jênio” para saber que o torpedo lançado pelo ministro Fux é teleguiado por Deltan e Moro, que insistem em fazer política da forma errada. Um usando o cargo de procurador e outro espancando o próprio chefe (Moro já chegou onde queria com seu cargo público, mas também usou ele em benefício próprio).
Afinal de contas, qual a inconstitucionalidade por trás do juiz de garantias? O que faz um ministro do STF ir contra uma lei aprovada por maioria no Congresso e sancionada pelo presidente se não a vontade de legislar com a toga? Tudo se torna ainda mais interessante quando descobrimos que a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público entrou com Ação Direta de inconstitucionalidade um dia após Fux assumir o plantão no STF. As 43 páginas da decisão do ministro surgiram quase que de forma espontânea.
Roberto Barroso, amigo de Luiz Fux chegou até a esbravejar aos jornalistas quando foi questionado em um evento no ano passado sobre a legislatura da toga, mas vejam só o que está acontecendo...
Ao mesmo tempo o Ministério Público Federal (MPF) decidiu ir direto na jugular do direito do exercício da profissão de jornalista, também guiado pelo espírito lavajatista ao perseguir Glenn Greenwald em uma série de manobras jurídicas, dignas do juiz Sérgio Moro.
O ministro Gilmar Mendes proibiu investigações e intimidações ao jornalista? Não tem problema! Pulamos a parte da investigação e já oferecemos a denúncia!
É um absurdo terrível o que está acontecendo nesse país, a lava jato instaurou em todo o país um clima de mais absoluta delinquência jurídica onde a presunção de culpa é a lei é a constituição e a estabilidade institucional do país são os inimigos a serem combatidos.
Acha exagero? Basta ver a história de “caixa-preta” do BNDES!
Depois de uma série de acusações e mentiras, finalmente as auditorias provaram que não havia nada de errado no banco. Mas, mesmo assim, antes de qualquer prova, pessoas foram acusadas, perseguidas e humilhadas para só depois tudo ser esclarecido.
Eu já cansei de avisar aqui, se o primeiro escalão já está aprontando horrores. Quem dirá o guarda da esquina, né?!
Não é exagero não! Já parou para dar uma olhada na disparada de ocorrências envolvendo abuso de autoridade e o descalabro que isso se tornou ao redor do país?
Mais uma vez termino esta coluna com a frase de Elis Regina:
Que saudades do meu Brasil.