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OPINIÃO
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Roberto Alvim foi demitido. Não há, não entanto, motivos para otimismo. Assim que defenestrou o colombiano Ricardo Velez, o presidente Jair Bolsonaro tratou de arranjar outro pior, o inacreditável Abraham Weintraub.
Arranjar alguém pior do que Alvim é tarefa difícil, mas não impossível nem improvável. Trata-se de um lixo detestável que assistiu seu teatro, o Clube Noir, em São Paulo, desabar, assim que resolveu apoiar a candidatura de Bolsonaro.
Alvim tinha, até então, certo reconhecimento no meio. Chegou a fazer a adaptação para o teatro do livro “O Leite Derramado”, de Chico Buarque. Com o apoio a Bolsonaro perdeu público, prestígio, reconhecimento e até mesmo a autorização do próprio Chico para a montagem.
Foi chorar as pitangas no Facebook e acabou ganhando o acolhimento de Bolsonaro. Foi nomeado diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte, importante braço do extinto Ministério da Cultura, agora incorporado pela pasta da Cidadania.
Antes disso, sempre bom não esquecer, fez convocação com o objetivo de reunir artistas conservadores para criar "uma máquina de guerra cultural". Como se não bastasse, chamou a nossa atriz maior, Fernanda Montenegro, entre outras coisas, de “sórdida”.
Mais fascista que o rei, Alvim caiu nas graças de Bolsonaro, venceu queda de braço com o ministro Osmar Terra, titular do Ministério da Cidadania, e escalou a secretaria da Cultura. Foi ocupar a mesma pasta, agora secretaria – ele um completo desqualificado – que já foi de nomes como Juca Ferreira, Gilberto Gil, Sérgio Paulo Houanet, Celso Furtado, Francisco Weffort entre outros.
Do seu primeiro até este último dia, Alvim foi digno do governo que ocupou. Uma fábrica de fumaça espessa, onde só causou mal-estar e polêmicas desnecessárias. Deixa a secretaria menor do que entrou, conseguindo com isso o que parecia impossível.
Por ironia, no dia em que lança o que seria seu primeiro edital de vulto, uma convocação abjeta para que conservadores revisem a história, comete o imperdoável até mesmo entre seus pares. Faz alusões ao nazismo, plagiando um discurso do ministro da propaganda da Alemanha Nazista, Joseph Goebbels, com direito à trilha sonora do compositor alemão Richard Wagner, o preferido de Hitler.
Por conta disto, deixa o governo e parte direto com passagem só de ida para o lixo da história, onde poderá, finalmente, se acomodar entre seus iguais em eterno esquecimento.