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OPINIÃO
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Rio de Janeiro, 30 de julho de 2019.
Pai.
A última vez que eu assisti a “Noviça Rebelde” faz muito tempo. Uma cena nunca saiu da minha cabeça. Foi quando a família abandonou a mansão que morava só com a roupa do corpo, deixando pra trás uma vida de luxo. Tudo para fugir dos nazistas.
Mas fiquei puto mesmo, quando o namorado da filha mais velha os encontra fugindo pelos fundos da casa, e os denuncia, chamando os soldados.
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Ele sabia que eles seriam presos, torturados e provavelmente mortos. Mas não liga.
É assim que eu vejo quem defende o Bolsonaro. Ele sempre defendeu abertamente a tortura, o assassinato e os estupros, cometidos nos porões da ditadura. Esse pessoal, ainda assim, votou nele. Alguns não levaram a sério e estão vendo a burrada que fizeram. Mas outros continuam defendendo.
Esses são perigosos, pai!
Pode ser seu amigo, seu parente, seu namorado ou namorada, como no filme. Não importa. Não pensariam duas vezes em entregar você, para ser preso e torturado, caso o presidente deles mandasse.
Não tem como confiar em quem ainda segue este louco. Mas, agora, tem gente que tá mudando de lado por interesse político.
Ele debochou do “desaparecimento” (assassinato) do pai do presidente da OAB. O governador de SP, filho de um exilado político, veio reclamar, dizendo ser “infeliz” a declaração do presidente, mesmo tendo feito campanha pra ele.
Quando fez campanha pra quem dizia que deviam ter matado mais gente durante a ditadura, ele cuspiu no túmulo do próprio pai, que seria um desses que seriam assassinados.
Agora fica se fingindo de indignado, na maior cara de pau. Nós temos que tomar cuidado com quem ainda está apoiando ele, mas temos que ter muito cuidado também com algumas pessoas, principalmente políticos e jornalistas, que estão fingindo mudar de lado.
Esses só mudaram de lado por interesses próprios, pois nunca se incomodaram com o que o projeto de ditador pensava, e falava.
Temos que tomar cuidado, como o Ubaldo (o paranoico) fazia, mas sem nunca desistir de lutar.
Um beijo do seu filho, que nunca desistiu de lutar pela democracia,
Ivan