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OPINIÃO
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Rio de Janeiro, 02 de Abril de 2019
Pai,
Tem um tempinho já que estava pensando em relançar o cemitério do Cabôco Mamadô, que tinha feito tanto sucesso na época da ditadura, mas achava meio forte naquele momento.
Tinha até esquecido, quando infelizmente o assunto voltou com tudo, no momento em que o governo resolveu comemorar o GOLPE de 64.
Não pensei que fossem fazer isso tão abertamente. Se bem que pra um fã de ditadores estupradores e pedófilos, como o Ustra, o Pinochet e o Stroessner, não dava pra esperar outra coisa.
E, assim como naquela época, alguns artistas nos decepcionaram. Alguns já sabíamos, outros resolveram mudar de lado, enlouqueceram. Gente que eu nunca tinha visto falando sobre política, defendendo quem sempre reprimiu a cultura. Do lado de quem sempre oprimiu e censurou os artistas.
E o nível é sempre muito baixo. Por não entenderem de política e não terem muitos argumentos, apelam sempre pra baixaria e pra ofensas.
A maior surpresa, envolvendo tudo isso que falei, foi a Nana Caymmi. Com um show de grosserias e baixaria, mostrou como o lado de lá debate política.
Lamentável!
Foi quando eu não resisti e ressuscitei o cemitério dos mortos vivos do Cabôco Mamadô. E foi exatamente com ela, como não podia deixar de ser.
Triste ver gente defendendo a ditadura.
Triste ver esse cemitério novamente enterrando defensores da barbárie.
Um beijo do seu filho defensor da democracia,
Ivan