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OPINIÃO
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Ameaça fascista, estratégias para tirar os direitos trabalhistas, corrupção nos primeiros dias do governo, pronunciamentos que ameaçam as liberdades individuais, perseguição política, desastre ambiental, desabamento de casas nas encostas, incêndio em centros de treinamentos, a volta do eletrochoque, dos manicômios, a “volta” da mamata, nepotismo, ministro chamando brasileiros de ladrões, uma ministra que faz parte de uma rede que sequestra crianças indígenas... A lista é interminável.
O início de uma “nova” era na política brasileira está sendo marcado por grandes desastres. Uns ligados diretamente à “nova direção”, outros que vieram apenas para descolorir ainda mais as trevas que se iniciam.
Estamos em um pouco mais de um mês do novo governo e olha quanta coisa aconteceu? Estúpidos são aqueles que dizem que se deve torcer para dar certo. Não há isso em política. Política é lógica de dominação, e é essa lógica que determina. E se for possível medir a perversidade, a lógica de dominação inaugurada pelo novo governo tem um alto nível de perversão. Ou seja, torcer para dar certo é torcer para que mais desastres aconteçam.
Política na prática é diferente do que foi dito na campanha. Ninguém irá perder direitos, mas o patrão poderá escolher entre o funcionário que pretende manter os direitos e aquele que não. E qual ele irá preferir?
Se tudo isso acontecesse nos primeiros dias de 2015, os direitistas iriam alimentar uma retórica de impeachment? Como em 40 dias pode ter acontecido tanta desgraça? Trata-se apenas de um prenúncio, pois a liberdade que os empresários terão, principalmente sem um ministério do Trabalho, nos reservará muito mais.
Imagine o que pode acontecer com o meio ambiente quando se tem um ministro envolvido em fraudes ambientais? O que pode acontecer com o trabalho quando não temos mais um ministério, mas um presidente da Câmara que critica abertamente a justiça do trabalho? Um ministro da Justiça que prende uns e faz vista grossa para outros?
Há algo em comum com o que aconteceu em Brumadinho e o que aconteceu no Centro de Treinamento do Flamengo: os dois lugares estavam abandonados. Lugares que estavam prestes a ficar em desuso, mas que abrigavam gente. É um absurdo.
Isso ilustra as relações trabalhistas que nos aguardam, as condições pelas quais os trabalhadores se submeterão. Viverão em desprezo, abandonados à sorte. Sem proteção, aguardando apenas mais um evento catastrófico.
Aproveitando o alto índice de desemprego, o governo precariza as relações de trabalho com o argumento de que é necessário para abrir vagas. Covardes! Sem escolha, os trabalhadores terão que se vender para uma lógica que o abandona.
Logo perceberão que nada se trata de fatalidade, mas de desleixo, ou melhor, da maneira capitalista de lidar com o ser humano. O governo atual está lapidando o capitalismo e instalando-o em sua forma mais crua, menosprezando as conquistas socialistas que conseguiram dar uma forma minimamente humana a tal modo de produção.
Bem-vindos à era das “fatalidades”.
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