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OPINIÃO
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- O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, se encontrou com o ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, e fez uma oferta para mediar o fim da crise na Venezuela. Guterres informou que ambos os lados devem solicitar sua mediação. Ele se recusou a envolver a ONU no Grupo Internacional de Contato (GIC) e no Mecanismo de Montevidéu, criados na semana passada no Uruguai entre países europeus e latino-americanos.
- Ontem (12), o autointitulado presidente, Juan Guaidó, anunciou em Caracas que a “ajuda humanitária” enviada pelos EUA vai entrar no país “sim ou sim” no dia 23 de fevereiro, exatamente um mês após sua autoproclamação. Ele pretende levar uma caravana de 250 mil pessoas às fronteiras venezuelanas. Durante seu pronunciamento, Guaidó disse que, “a partir de hoje (12), Roraima, no Brasil, se inscreve como um segundo ponto de coleta de ajuda humanitária”.
- Em dia de amplas mobilizações na Venezuela, apoiadores de Maduro também foram às ruas ontem, 12 de fevereiro. Durante um ato na praça Bolívar, em Caracas, Maduro disse que a escassez de alimentos e medicamentos, provocada por uma guerra econômica imposta ao país pelos EUA e seus aliados, está sendo usada por estes mesmos atores para dizer que há uma crise humanitária e, assim, justificar uma intervenção militar no país. Mais elementos da leitura de Maduro sobre a crise podem ser conferidos em entrevista que ele deu à BBC nos últimos dias.
- A Rússia também está oferecendo apoio para o diálogo e a mediação entre as partes na Venezuela. Segundo o vice-ministro de Relações Exteriores, Serguei Ryabkov, “temos mantido contatos muito importantes com o governo venezuelano e estamos prontos para fornecer uma conversa amigável, a fim de facilitar o processo de encontrar maneiras de sair da situação. Posso garantir que várias propostas estão sendo feitas e já foram feitas para nossos amigos venezuelanos”, também disse Ryabkov, em entrevista reproduzida pela Reuters.
- O Wall Street Journal, em matéria reproduzida por várias agências, trouxe ontem (12) a informação de que diplomatas chineses estariam realizando negociações em Washington com representantes da oposição venezuelana, hoje dirigida pelos EUA via o autoproclamado presidente Juan Guaidó. A Venezuela deve cerca de 20 bilhões de dólares à China, segundo o jornal.
- NOTA: como a imprensa internacional tem sido um “player” na crise venezuelana, as últimas notícias sobre a movimentação de diplomatas russos e chineses pode ser também parte da exploração das contradições para enfraquecer a imagem de resistência do governo Maduro frente à crise. Vejamos o desenrolar nos próximos dias. Hoje, oficialmente, Rússia e China apoiam a legitimidade da presidência de Nicolás Maduro. A Rússia tem sido bastante clara em seus pronunciamentos de advertência aos EUA para não intervir militarmente na Venezuela.
- A Rússia está planejando fazer um “apagão da internet” como parte de um teste de defesas cibernéticas. A imprensa fala que o teste deve ocorrer antes de 1º de abril deste ano. Está tramitando no parlamento russo um projeto de lei chamado Programa Nacional da Economia Digital que regulará medidas para que provedores russos tenham capacidade de operar no caso de potências estrangeiras tentarem isolar o país do mundo online, diz matéria da FSP. A Rússia quer estabelecer um controle sobre toda entrada e saída de dados pela internet no país. Algo semelhante ocorre na China hoje.
- Theresa May pediu mais tempo para o Brexit. A primeira ministra britânica solicitou ao parlamento mais duas semanas para negociar com a UE e se comprometeu a voltar ao plenário da casa legislativa no dia 26 de fevereiro para relatar o estado da arte. Líder dos trabalhistas, Jeremy Corbyn reagiu e disse que a PM está manobrando para que o acordo proposto por ela seja a única opção a um “no deal” (Brexit duro). Semana passada, Corbyn havia enviado uma carta para May com uma lista de condições dos opositores para aprovar o documento do acordo, sendo a principal o estabelecimento de uma união aduaneira permanente entre o RU e a UE.
- A Itália está oficialmente em recessão. Mais um sinal de que a economia mundial pode mesmo estar desacelerando. O primeiro ministro italiano Giuseppe Conte atribui a crise à guerra comercial entre EUA e China e o consequente prejuízo à Alemanha, principal parceiro comercial da Itália. Os críticos do governo italiano colocam nele a culpa da desaceleração.
- Referindo-se a um estudo da Fundação Bertelsmann com a Universidade de Coburg, matéria da DW mostra que a Alemanha precisa receber pelo menos 260 mil imigrantes por ano até 2060 para suprir as demandas de seu mercado de trabalho. O estudo mostra que devido ao envelhecimento da população, a força de trabalho alemã deve encolher em um terço até 2060.
- Escritório de Contraterrorismo da ONU informou nesta segunda (11) que o Estado Islâmico (ISIL/Daesh) continua a ser uma ameaça global, apesar das derrotas sofridas na Síria e no Iraque. Segundo o escritório, há um alerta principalmente nas “regiões norte, oeste e leste da África e Ásia Central, onde campos de treinamento de terroristas foram encontrados no Afeganistão e Sudeste Asiático, onde mulheres e jovens estão sendo cada vez mais mobilizados para operações dos extremistas”.
- Artigo de Andrei Neto, na revista Piauí, analisa o movimento dos Coletes Amarelos na França que está em sua 13ª semana de mobilizações. Segundo Neto, o movimento está rachado e isso ficou mais evidente após os “atos 12 e 13”, nos dois últimos sábados. O movimento estaria dividido em quatro grupos principais. O primeiro (extrema direita) quer confronto de rua com interrupção do mandato do presidente Macron. O segundo (tem gente da ultradireita à esquerda mais radical) quer diálogo, com realização de referendos sobre temas diversos. O terceiro quer virar partido e disputar eleições, com as bandeiras da recuperação do poder de compra e fim da desigualdade. O quarto já virou partido, “Les Émergents” (os emergentes) e foi o grupo que mais protestou contra o aumento do valor dos combustíveis, que deu origem ao movimento. Algo que une os quatro grupos é a ideia de um Referendo de Iniciativa Cidadã (RIC) para introduzir mecanismos de “democracia direta”.
- A ONG Anistia Internacional apresenta hoje (13) um relatório com informações sobre o caso Marielle Franco. Amanhã, 14 de fevereiro, completam-se 11 meses da execução da vereadora e o caso ainda não foi solucionado pelas autoridades brasileiras. O documento da AI se chama “O labirinto do caso Marielle Franco e as perguntas que as autoridades devem responder”.
- O primeiro-ministro israelense, que está em plena campanha eleitoral, voltou a acusar o Irã da tentativa de tentar destruir Tel Aviv ou Haifa. Segundo Netanyahu, se o Irã tentar atacar Israel, “este será o último aniversário da Revolução. Eles deveriam levar isso em conta” (em referência aos 40 anos da Revolução Islâmica do Irã completos neste mês de fevereiro). O pronunciamento veio após um comandante iraniano, Yadollah Javani, ter alertado os EUA de que se atacados, Tel Aviv e Haifa serão “destruídos totalmente”. A pressão norte-americana sobre o Irã aumentou após a apresentação de um novo míssil balístico inteligente (Dezful) no último dia 7 de fevereiro.
- Em clara confrontação à Cuba, a OEA, sob comando de Luis Almagro, organizou ontem (12) uma conferência com o nome “A nova Constituição cubana e a Carta Democrática Interamericana” para “avaliar” o texto aprovado pelo parlamento cubano em 2018 e que vai a referendo popular no próximo dia 24 de fevereiro. Segundo os presentes, o referendo é “ilegítimo”, a Constituição é uma “farsa” que serve para “mascarar a ditadura” em Cuba.
- O Haiti segue paralisado pelos protestos contra o presidente Moise. Os protestos têm sido violentos. A crise teve origem nas denúncias de desvios de recursos da Petrocaribe, fundos de recursos depositados principalmente pela Venezuela no país desde 2008, para financiamento do desenvolvimento econômico e social. O orçamento do país também não foi aprovado e há uma semana o presidente declarou estado de urgência econômica. Mais de uma dezena de senadores e deputados da oposição já exigiram a renúncia do presidente Jovenel Moise, como forma de sair da crise.
- A República Democrática do Congo está passando pelo segundo maior surto de Ebola da história.
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