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OPINIÃO
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Nesta última terça-feira, por 5 votos a 1, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formou maioria em favor da cassação do mandato da senadora e ex-juíza federal Selma Arruda, que era conhecida como “Moro de saias”. Segundo o TSE, Selma cometeu abuso de poder econômico e arrecadação ilícita de recursos.
Ironias do destino. Bom para calar a boca de alguns paspalhos, mas ainda falta muito. Ainda mais se lembrarmos de sua “contraparte”, o também ex-juiz federal Sérgio Moro, o queridinho da imprensa, aquele pelo qual alguns jornalistas e colunas se jogariam na frente e fariam qualquer tipo de malabarismo para justificar seus disparates contra o Estado de direito e a Constituição Federal.
Em 5 de julho deste ano da Revista Veja trouxe uma revelação com a publicação da Vaza Jato: Moro não queria a delação de Eduardo Cunha!
Sim, o mesmo Moro que absolveu a esposa de Eduardo Cunha. Não entrarei em detalhes, mas a patuscada toda chega até Marcelo Bretas. Confira o caso completo aqui.
Moro também foi responsável pela escuta ilegal contra Lula e Dilma Rousseff e depois por levantar o sigilo de forma oportuna para o Jornal Nacional.
Moro, também, poucos dias antes do primeiro turno das eleições de 2018, liberou a fantasiosa delação do Palocci que prejudicava o Partido dos Trabalhadores. Por fim, foi responsável pela prisão do primeiro colocado nas pesquisas eleitorais, o que foi determinante para a vitória do segundo colocado nas pesquisas. O resto da história vocês sabem...
E ainda por cima Moro, segundo representantes da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, incorreu em abuso de autoridade, improbidade administrativa, prevaricação e formação de quadrilha durante sua atuação na operação Lava Jato.
Faltas não provam e o portal The Intercept Brasil publicou um amplo acervo de provas de seus descalabros como juiz federal.
Aos entusiastas do ungido ministro ou Rei da Lava Jato deixo a advertência: quem aplaude esse tipo de atitude não poderá reclamar quando arbitrariedades forem cometidas contra vocês.
Moro está longe de ser um democrata ou de demonstrar qualquer apreço pelo Estado de Direito, basta que algo entre em seu caminho para que ele atropele a Constituição e atue com desprezo.
Acha exagero? Vamos lá. São duas hipóteses: ou Moro é um juiz que sequer sabe interpretar o Código Penal ou ele quer jogar fogo no país. Tudo que ele diz querer liberar no suposto pacote anticrime (que eu chamo de pacote pró-barbaridade) já está previsto nos artigos 23 e 25, precisamente. O pior é que eu sou um leigo em Direito e preciso dizer isso: MORO QUER A BARBARIDADE!
Preciso também lembrar de quando o ex-juiz mirou no jornalista Glenn Greenwald ao publicar aquela portaria para deportação de estrangeiros?
E o que dizer de quando, sob ataques, a Polícia Federal sob o seu comando liberou supostas gravações que associavam o PCC ao PT?
A ficha do ministro é extensa. Me pergunto: quando o Supremo Tribunal Federal irá acenar para a ordem democrática e ao Estado democrático de direito?
Uma das maneiras seria julgar e decidirem pela suspeição do ministro no casos envolvendo Lula. Bom? Mas não seria o suficiente. Moro precisa ser punido e responsabilizado por transformar o país em uma terra de ninguém onde cada um faz o que quer.
Se Selma é o Moro de saias, permita-me dizer que Moro é a Selma de calças!