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OPINIÃO
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Mais uma vez a discussão sobre candidaturas avulsas volta para a mesa da política brasileira.
Não há como isso acabar bem. É o objetivo final para que a democracia brasileira seja totalmente tomada pela delinquência e pela barbárie da chamada “nova política”.
A medida estimularia personalismos e privilegiaria as figuras colocando em segundo plano as ideias que podem melhorar o país, dizem. Se hoje “Youtubers”e “celebridades” da Internet já causam problemas e estragos, mesmo com a exigência de filiação, imagina sem. É a praga da “política nem-nem”.
Em menos de dez dias, deputados que se enquadram no perfil “web celebridade” protagonizaram cenas lamentáveis ao redor do país como o youtuber Arthur Do Val (mamãe falei) que causou uma confusão generalizada na Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP) após chamar os presentes na sessão de vagabundos e chamá-los para um confronto físico. O deputado já havia sido expulso do Democratas (DEM) pela falta de disciplina e por ofender membros do próprio partido.
Outro caso recente e que ganhou repercussão nas redes sociais nesta segunda-feira (9) foi um vídeo em que o deputado federal Daniel Silveira (PSL), famoso por quebrar a placa com o nome da vereadora assassinar Marielle Franco, aparece xingando e cuspindo em uma estudante universitária da Estácio de Sá no Rio de Janeiro.
Além disso temos as mais diversas baixarias promovidas na CPMI das Fake News com acusações de prostituição, apelidos infantis e todo tipo de cena grotesca típica de deputados que se valeriam certamente das candidaturas avulsas caso fossem permitidas.
Se já é profundo o estado de miséria política que se instaurou em nosso país, imagine o quão grave se tornará a situação abrindo as porteiras para que todo tipo de maluco, pervertido, mal caráter e canalha possa disputar eleições para qualquer cargo?
A proposta ainda é vista com bons olhos por movimentos como o RenovaBr e o Acredite, que trabalham ativamente para emplacar seus pupilos em eleições de todas as esferas. Os movimentos são uma espécie de Partidos que encontraram formas de influenciar a política nacional sem as obrigações ou preocupações partidárias, sequestrando e cooptado agendas partidárias em todo o país. Vide o caso Tabata Amaral.
Nesse cenário ainda teríamos coisas muito piores, com chances de emergir para a superfície política. Além da esmagadora pressão de poder econômico de milionários no processo.
Quem você acha que teria mais chances? O empresário, o milionário ou o trabalhador honesto e humilde e que vive do seu salário?
Em um cenário ainda mais perverso, porém possível nos dias atuais: quem teria mais chances um miliciano ou um trabalhador?
E facções criminosas de extrema-direita?!
Querem abrir os portões da criminalidade e truculência de forma escancarada para a política nacional.
E como sempre temos Barroso fazendo militância com a toga e apoiando esse descalabro. Aliás, ele é um bom termômetro para decisões políticas. Barroso está apoiando alguma proposta? Certamente essa proposta nos deixa mais próximos da barbaridade.
Inclusive, neste caso das candidaturas, há uma verdadeira agitação para que o Supremo Tribunal Federal atue fora da sua competência, uma vez que decidir em favor das candidaturas avulsas seria legislar com a toga. Mais uma vez as declarações de Roberto Barroso prestam um desserviço ao país.
Criou-se no país um pavoroso hábito de se destruir ou acabar com toda ou qualquer instituição e procedimento que não agrade a população ou não funcione direito quando na verdade deveriam ser fortalecidas!
O país precisa deixar de ficar buscando soluções simples para questões complexas. Nós sabemos onde isso vai levar!
Os partidos não são eficientes? Que se fortaleçam os dispositivos instituições que fiscalizam eles! Crie legislações para trabalhar a organização partidária no país. Estimulem a participação popular, eduque politicamente o povo. Facilite o acesso da população à prestação de contas dos partidos.
Fortaleçam o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que sequer foi capaz de julgar as denúncias de caixa dois na campanha do presidente Jair Bolsonaro, fortaleçam as corregedoria e fiscalizações das decisões deste tribunal.
Já falei, o problema do país não é o excesso de Estado, mas sim a falta de Estado onde ele é necessário.
Se os políticos já fazem o que fazem mesmo submetidos a leis e regras partidárias, imaginem aqueles que estiverem avulsos?
Ao ministro Roberto Barroso eu digo:
É mais fácil esconder a sujeira e varrer tudo para debaixo do tapete do que arrumar a casa, né?
Querem destruir o Brasil.