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OPINIÃO
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Trabalhei com a atual senadora Ana Amélia Lemos quando ela era chefe da sucursal de Brasília da RBS e, eu, repórter da Zero Hora, no início da década de 1990.
Ana Amélia era uma chefe dura, mas que reconhecia o valor dos jornalistas. Era, ela mesma, uma jornalista de qualidade que dominava todo o processo de produção de notícias da sucursal – rádio, TV e jornais, além da ZH, também do Diário Catarinense.
Veio de uma família pobre, de Lagoa Vermelha, no norte do Rio Grande do Sul, e conseguiu concluir os estudos do ensino médio porque escreveu, de próprio punho, uma carta com um pedido de bolsa ao então governador Leonel Brizola. Fato, aliás, do qual sempre se orgulhou e fez justiça. O velho Briza será, ainda esse ano, eternizado no Livro de Heróis da Pátria graças a uma iniciativa da senadora Ana Amélia.
É, não tem como não ter deixado de ser, uma mulher culta e inteligente.
Por isso, não há a menor possibilidade de ela ter confundido Al-Jazeera com Al-Qaeda.
Ao fazê-lo, o fez de forma deliberada, em mais um de seus movimentos que a transformou em uma lamentável porta-voz do ódio, do preconceito e da insensatez.
Que tenha se enveredado por esse caminho sem volta, iniciado no apoio ao golpe, enfiada numa fantasia verde-amarela, me deixa mais triste do que decepcionado.