Queiroga diz que é necessário estudar mais “nova cloroquina”

Proxalutamina é a mais recente obsessão de Bolsonaro, que segundo ele “tem apresentado melhoras em pacientes com Covid em outros países”, outra vez sem citar fontes. Anvisa autorizou estudo com o fármaco

Marcelo Queiroga (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)
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O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na manhã desta segunda-feira (19), ao chegar à sede da pasta, em Brasília, que a proxalutamina necessita de mais estudos para comprovar se realmente tem algum resultado benéfico no tratamento da Covid-19. As pesquisas indicadas recentemente sobre a droga, por Jair Bolsonaro, têm indícios de fraude.

O fármaco, usado para tratar pacientes de câncer, tornou-se a nova paranoia de Bolsonaro e promete ser a futura panaceia do presidente para curar pacientes acometidos pelo Sars-Cov-2. Ele saiu de sua internação no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, por conta de uma obstrução intestinal, fazendo referências elogiosas ao medicamento, que segundo ele “tem apresentado melhoras em pacientes com Covid de outros países”, ainda que sem dizer de onde tirou tal informação.

Queiroga foi mais contido no entusiasmo sobre a “nova cloroquina”, como chamou o líder extremista, entretanto confirmou que a proxalutamina já tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pra realizar testes no Brasil, mas que o medicamento ainda está longe de ser indicado para a Covid-19.

“Não só a proxalutamida, mas outros medicamentos que foram reposicionados (para serem testados). A proxalutamida está no início dessas pesquisas, é preciso estudar mais para verificar, primeiro, sua segurança, e, depois, sua eficácia, para, a partir daí, ser considerada para o tratamento”, esclareceu o ministro da Saúde.

Senador da CPI criticou "nova cloroquina"

O senador Otto Alencar (PSD-BA), membro da CPI do Genocídio, que é médico, advertiu os brasileiros que estejam com Covid-19 sobre os perigos de se medicarem com a proxalutamida.

O parlamentar explicou que o medicamento para pacientes com câncer inibe a ação da testosterona (hormônio masculino) e que pode trazer efeitos colaterais sérios, como a perda da libido.

Ele aconselhou aos doentes procurar ajuda em profissionais médicos e não dar ouvidos ao presidente.

https://twitter.com/ottoalencar/status/1416911599655342086