Uma minuciosa análise dos dados oficiais sobre mortos por Covid-19 nos EUA, feita pela agência jornalística Associated Press, mostrou que menos de 1% dos pacientes que faleceram em decorrência da infecção pelo novo coronavírus no país, no mês de maio, estavam vacinados. Foram 150 imunizados mortos no período, num universo de mais de 18 mil óbitos.
O levantamento mostrou ainda que só 1,2 mil doentes vacinados foram hospitalizados por lá em maio, enquanto 853 mil não imunizados precisaram de internação. Ou seja, só 0,15% dos pacientes que necessitaram de acompanhamento médico intenso havia tomado a vacina. Todos os números utilizados pela AP foram extraídos do Centro de Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
Importantes autoridades científicas dos EUA já tinham alertado para o fato de a quase totalidade de mortos e internados do país é de cidadãos que não se vacinaram.
O ex-conselheiro do governo no combate à Covid-19, Andy Slavitt, já havia afirmado, meses antes, “que de 98% a 99% dos norte-americanos que morrem pelo coronavírus não estavam vacinados”. No mesmo sentido, a diretora do CDC, Rochelle Walensky, disse que “a vacina é tão eficaz que quase todas as mortes por Covid-19, especialmente entre adultos, são totalmente evitáveis atualmente".
Os números refutam as teorias negacionistas que colocam em xeque a eficiência dos imunizantes que combatem a Covid-19. Assim como ocorre no Brasil, grande parte dos estadunidenses optou por não ser vacinada, sempre argumentando a atitude com teses que não encontram respaldo na ciência.
Só que a decisão de não receber os imunizantes pode custar um preço alto às sociedades que enfrentam esse tipo de resistência em grandes proporções. De acordo com o professor de Ciências Métricas de Saúde da Universidade de Washington, em Seattle, um modelo matemático sugere que os EUA atingirão mil mortes por dia outra vez, até o início de 2022, por causa dos não vacinados, que com sua postura comprometem a redução da circulação viral e o contágio da doença.