O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou em entrevista à CNN Brasil que a política de lockdown só deve ser aplicada em situações extremas e que não podem ser "políticas de governo". Queiroga também declarou que não existe terapia contra o coronavírus, mas, defendeu que os médicos tenham "autonomia para prescrever".
No último domingo (14), antes de ser confirmado como o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga disse à Folha que a cloroquina não faz parte de sua estratégia de combate à pandemia.
"A própria Sociedade Brasileira de Cardiologia não recomendou o uso dela nos pacientes, e nem eu sou favorável porque não há consenso na comunidade científica. Existem determinadas medicações que são usadas, cuja evidência científica não está comprovada, mas, mesmo assim, médicos têm autonomia para prescrever", disse Marcelo Queiroga.
Questionado sobre o lockdown, o novo ministro da Saúde afirmou que "esse termo de lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados".
Por fim, Queiroga afirmou que o presidente Bolsonaro "quer que questões operacionais sejam colocadas de maneira clara, de tal sorte que o conceito de que o Brasil sabe vacinar se repita, e a gente consiga vacinar a população, que é a maneira mais eficiente de prevenir a doença".
Após os planos de Jair Bolsonaro de substituir o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pela médica Ludhmila Hajja, irem por água abaixo, o presidente se reuniu com Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), na tarde desta segunda-feira (15), para sondá-lo sobre a possibilidade de assumir a pasta no lugar do general.
Segundo o próprio presidente, Queiroga aceitou o convite e sua nomeação deve ser publicada nesta terça-feira (16) no Diário Oficial da União (DOU). “Foi decidido agora à tarde a indicação do médico, doutor Marcelo Queiroga, para o Ministério da Saúde. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A conversa foi excelente, já conhecia há alguns anos, então não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias. Tem tudo no meu entender para fazer um bom trabalho, dando prosseguimento em tudo que o Pazuello fez até hoje”, disse o presidente em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.
Novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga defendeu voto em Bolsonaro em 2018
Apesar de ser contrário à cloroquina e ao chamado tratamento precoce, que não têm eficácia comprovada contra a Covid-19, o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, possui alinhamento político com o presidente Jair Bolsonaro. Queiroga participou da equipe de transição em 2018 e defendeu o voto no então candidato no segundo turno.
Em 22 de outubro de 2018, a uma semana do segundo turno, o médico publicou uma foto com o twibbon do então candidato, que trazia os escritos “2º Turno é Bolsonaro, muda brasil de verdade”.