O preço dos alimentos tem registrado alta constante, o que tem levado as pessoas a buscarem opções… que eram mais baratas.
O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado na última terça-feira (26) registrou alta de 0,6%, o que fez o índice ir à 1,20%, maior variação registrada em um mês de outubro desde 1995.
Entre os setores responsáveis pela alta do índice, está o de alimentos em domicílio, ou seja, aquele que compõe o dia a dia da massa das famílias brasileiras.
No caso do setor de alimentação, a maior variação ficou com o grupo de frutas, cujos preços subiram 6,41%. Também houve alta no preço do tomate (23,15%), batata=inglesa (8,57%), frango em pedaços (5,11%), café moído (4,34%), frango inteiro (4,20%) e queijo (3,94%).
O aumento constante dos preços dos alimentos, especificamente da carne e do frango, fez com que as pessoas buscassem pelas carnes menos nobres.
Porém, mesmo as carnes consideradas de segundo escalação, foram atingidas pela inflação, é o que diz pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
De acordo com o levantamento, a partir de agosto, as pessoas passaram a procurar com maior intensidade as carnes dianteiras, que são aquelas de segunda e terceira;
Segundo estudo, os cortes dianteiros foram procurados por 34,6% dos consumidores, já os cortes traseiros foram consumidos por 28,8% da população que frequenta supermercados. Segundo a Abras, tal grupo representa 28 milhões de pessoas por dia.
O frango congelado, que é comercializado inteiro (com miúdos, pés e pescoço) teve uma demanda de 38,1% maior que as carnes bovinas.
Todavia, com a alta constante dos preços, o consumir fez mais uma migração e passou a comprar pé de frango, pescoço e miúdos: moela, fígado, rim e bofe (pulmão). Mas, a inflação também chegou neste setor.
Com a alta da demanda pela carne de segunda, de terceira, miúdo, vísceras e ovos, os mercados passaram a cobrar mais caro por este setor: a moela teve um aumento de 57,8%, e o pescoço de frango, 15,79%.
Com renda menor, as famílias estão pagando mais caro pelos mesmos produtos, diz economista
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a 1,20% em outubro, 0,06 ponto percentual acima da taxa de setembro (1,14%). Foi a maior variação registrada em um mês de outubro desde 1995 (1,34%) e a maior variação mensal desde fevereiro de 2016 (1,42%).
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 8,30% e, em 12 meses, de 10,34%, acima dos 10,205% registrados nos 12 meses anteriores.
Os setores responsáveis pela alta são transportes (0,43%), habitação (1,87%) e alimentação (1,38%).
No caso do setor de alimentação, a maior variação ficou com o grupo de frutas, cujos preços subiram 6,41%. Também houve alta no preço do tomate (23,15%), batata=inglesa (8,57%), frango em pedaços (5,11%), café moído (4,34%), frango inteiro (4,20%) e queijo (3,94%).
A pesquisadora explica que “o que pressionou o IPCA e faz a inflação agregada dos últimos 12 meses praticamente chegar aos dois dígitos, foi o preço da gasolina, do etanol, do gás de cozinha, da energia elétrica e da carne. Fora a carne, esses são preços administrados, sofrem influência da desvalorização cambial, mas, sobretudo, responde a critérios políticos, especialmente no caso da Petrobrás que deliberadamente adota uma política sem precedentes para um país produtor e refinador de petróleo em moeda nacional”.
Além disso, a economista destaca o fato de “a renda das pessoas está mais contraída pela necessidade de mais dinheiro para comprar uma mesma mercadoria, mas porque a renda das pessoas já está menor”.
A entrevista com a economista Juliane Furno pode ser conferida aqui.