A maneira errática como o presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) conduziu a pandemia lhe custou perda de apoio político, é o que diz o cientista político Carlos Pereira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em entrevista ao O Globo.
Pereira explica que essa perda de eleitores se deu pelo fato de que muitos tiveram contato com "pessoas contaminadas, familiares ou amigos em casos graves ou fatais". Por conta disso, esses “se tornaram mais favoráveis ao isolamento social e mais críticos a Bolsonaro".
Para o pesquisador, isso fez com que parte dos eleitores do Bolsonaro migrassem para opções políticas de centro e que esse é um dos fatores que explica o mal desempenho das candidaturas bolsonaristas nas eleições deste ano.
Despencam as avaliações do governo e do presidente Bolsonaro na gestão da pandemia, revela Pesquisa Fórum
Passados 8 meses desde que o coronavírus chegou ao Brasil e mais de 160 mil mortes, as avaliações positivas da gestão do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro despencaram.
Em abril, 46,5% dos brasileiros diziam que a atuação do governo federal na gestão da pandemia era ótima ou boa. Em maio, após a demissão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, a avaliação positiva caiu para 26,1% e manteve-se estável nos meses seguintes, até subir para 35,1% em agosto. Em outubro, 33,5% diziam que essa gestão era ótima ou boa. Já em novembro esse número caiu para 25,4%.
Já o ruim e péssimo, que era 19,6% em abril e atingiu pico de 40,6% em junho, nesta 7ª edição, ficou em 35,1%. No mês passado, 33,2% dos entrevistados consideraram a forma como o governo lida com a crise sanitária ruim ou péssima.
Pesquisa Fórum: Popularidade de Bolsonaro volta a cair e ruim ou péssimo bate em 40%
Em trajetória de queda, a avaliação do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a piorar nesta nova Pesquisa Fórum do mês de novembro. O levantamento mostra que a parcela da população que considera a administração ruim ou péssima, que era de 35,3% em agosto e 36,5% em outubro, voltou a subir, agora para 40%.
Na outra ponta, o índice de ótimo e bom que era de 37,5% no final de agosto caiu para 34,9% no começo de outubro e agora no início de novembro chegou em 30,9%. Uma diferença de aproximadamente 7% em dois meses.