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O ex-presidente Lula concedeu sua primeira entrevista desde que foi preso há mais de um ano nesta sexta-feira (26) aos jornalistas Florestan Fernandes Junior, do El País, e Monica Bergamo, da Folha. Questionado sobre sua rotina na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba, Lula contou que passa o tempo inteiro sozinho. "Vejo pen drives que o pessoal me manda, assisto a filmes, séries, muito discurso, muita aula", disse. Ele também revelou que fez um curso a distância sobre Canudos, no canal Paz e Bem. "Vou assistindo e vou me aprimorando, quando eu sair daqui, sairei doutor."
Lula falou ainda que tenta aproveitar a solidão para aprender, "mentalizar a espiritualidade, tentar ser mais humano, acho que sairei melhor do que entrei, com menos raiva das pessoas, e motivado para brigar, estou doido pra fazer uma caravana". Em outro momento da entrevista, Lula disse que quando sair de Curitiba estará "com o pé na estrada". Em 2017, Lula rodou o Brasil em caravanas, retomando a primeira Caravana da Cidadania de 1993.
O ex-presidente afirmou que escuta todos os dias os gritos de bom dia, boa tarde e boa noite, da Vigília Lula Livre, que reúne militantes desde quando Lula foi preso em 7 de abril do ano passado em frente à PF. "Não sei como um dia eu vou poder agradecer essa gente. Tem gente que está aqui desde o dia que eu cheguei aqui. Serei eternamente grato. Quando eu sair daqui, quero sair a pé e tomar a primeira cachaça com eles."
A entrevista de Lula está sendo divulgada aos poucos, assista à terceira parte abaixo. Em outros momentos, o petista falou da vida na prisão, da morte do neto, do governo de Jair Bolsonaro, das acusações de corrupção. "Tenho muitos momentos de tristeza aqui, mas o que me mantém vivo? E é isso que eles têm que saber, eu tenho compromisso com este país."
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