Paulo Pimenta: "Quadrilha de toga agiu para impedir libertação de Lula"

Para Pimenta, a confissão do diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, que recebeu um telefonema para não cumprir a ordem judicial para soltar o ex-presidente Lula causa "profunda indignação"

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Em discurso nesta segunda-feira (13), o líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), mostrou indignação com fatos que que classifica como estarrecedores. Para Pimenta, a confissão do diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galloro, que recebeu um telefonema para não cumprir a ordem judicial para soltar o ex-presidente Lula causa "profunda indignação". "Desde quando um delegado tem que fazer consultas para cumprir uma ordem judicial?", questiona Pimenta, sobre a confissão do delegado, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, quando recebeu a determinação judicial para soltar o ex-presidente Lula, no dia 8 de julho, pelo desembargador Rogério Favreto, do TRF-4. "Aí diz que recebeu uma ligação da Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, recebendo uma ordem para que a determinação não fosse cumprida. Desde quando o Ministério Público tem essas atribuições?", questiona Pimenta. "Mas o mais estarrecedor ainda estava por vir. O delegado recebeu uma ligação do presidente do TRF-4, do desembargador [Carlos Eduardo Thompson] Flores, que anuncia que vai dar um despacho, e até que saia esse despacho, não é para que a ordem judicial seja cumprida", continua Pimenta. "O delegado faz uma confissão detalhada de um crime e tipifica a conduta de cada um dos agentes envolvidos na situação. Eu pergunto a vossas excelências: se de fato eles sabiam que estavam cometendo um crime, e que se associaram para que a lei não fosse cumprida, se a nossa legislação diz que associação de três ou mais pessoas para cometer um crime é uma quadrilha, como eu posso caracterizar senão como ação de uma quadrilha que se associou para desrespeitar a lei e usar de seus cargos para perseguir um indivíduo, motivado por interesses pessoais e ideológicos?", indaga o parlamentar em seu discurso. "Agora a pergunta que não quer calar: quem investigar essa quadrilha de togados?", questiona finalmente. "O chefe do bando é um juiz criminoso", afirma, referindo-se a Sergio Moro.