Mulher acampada no Paissandu perde bebê logo após parto

Fazia 15° naquele momento no centro de São Paulo. Ambulância demorou 1h30 para chegar, de acordo com testemunhas

O acampamento no Paissandu. Foto: Tchérena Monteiro
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Jaqueline, gestante que está há 37 dias acampada no largo do Paissandu, entrou em trabalho de parto, em torno das 17h30 desta quarta-feira (6), em sua barraca no local e perdeu o bebê, dentro da ambulância, horas depois, já durante a noite. Fazia 15° naquele momento no centro de São Paulo. Rafael, o pai da criança solicitou ajuda à PM, que acionou o resgate. Um médico que estava próximo ao local prestou os primeiros atendimentos até a chegada do socorro, que demorou cerca de 1h30, de acordo com relatos de testemunhas que estavam no acampamento. Jaqueline foi levada ainda em trabalho de parto à Santa Casa de São Paulo. O bebê nasceu no início da noite dentro da ambulância a caminho do hospital. Segundo a Polícia Civil, o médico notou que a criança estava roxa e aparentemente sem vida. O óbito foi constatado na Santa Casa. A mãe permanecia internada. Sobrevivente do incêndio Jaqueline é ex-moradora e uma das sobreviventes do incêndio no edifício Wilton Paes de Almeida, no último 1º de maio. Desde a tragédia, várias famílias permanecem acampadas no Largo do Paissandu e se recusam a ir para abrigos oferecidos pela prefeitura e exigem uma moradia. Em matéria feita pelo repórter Ivan Longo, para a Fórum, moradores acampados no local revelaram que a maioria das famílias acha o valor de R$ 400 insuficiente para conseguir alugar uma moradia e seguir a vida adiante, tendo em vista que o pouco do que tinham foi perdido no incêndio e, sem nem mesmo um fogão para cozinhar ou um emprego para sustentar os filhos, segundo os desabrigados, fica praticamente impossível recomeçar a vida. “O que eu vou fazer alugando uma casa sem ter um fogão para cozinhar, uma cama para dormir? Onde que eu vou buscar o dinheiro para fazer comida para o meu filho? Aqui no acampamento, pelo menos, a população está ajudando. O poder público não fez nada. Estamos em estado de emergência, estamos na rua. Manda o Bruno Covas [atual prefeito] alugar um apartamento e sustentar a família com R$400. Esse dinheiro ele gasta só na lanchonete. Não é justo para mim, com um filho e esposa, me dar R$400 reais”, disse Adilson da Silva, de 48 anos. O ambulante estava vivendo há quatro anos na ocupação com sua esposa e sua filha de 6 anos. Sobre o assunto, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse à Folha, nesta quinta-feira (7): "Gostaria de mais uma vez pedir a ajuda e a colaboração de todos para que a gente possa convencer todas aquelas pessoas a aceitarem o acolhimento. Aquela condição é a mais inadequada para que eles fiquem. A prefeitura não tem nenhuma autorização legal para obrigá-los a sair de lá.” Com informações da Folha        

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