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Da Redação | Foto: Mídia Ninja
O segundo ato contra o aumento da tarifa dos transportes coletivos em São Paulo acabou com repressão policial. De acordo com o coletivo Mídia Ninja, o fotojornalista Jorge Ferreira e outros profissionais da imprensa foram agredidos pela Polícia Militar do Estado de São Paulo em protesto nesta quarta-feira (17) contra o reajuste das tarifas de ônibus, metrô e trens, que subiram para R$ 4 no dia 7 de janeiro.
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O ato, marcado para ocorrer em frente à casa do prefeito da capital paulista, João Doria (PSDB), foi convocado pelo Movimento Passe Livre. A concentração teve que ser alterada para o cruzamento da Av. Faria Lima com a Av. Cidade Jardim. "A policia já fechou as entradas da rua da casa do prefeito empresário e está enquadrando quem chega pelo bairro Jardim Europa", denunciou o movimento.
Milhares de manifestantes fecharam o cruzamento das avenidas Faria Lima com a Rebouças, reivindicando a revogação do aumento das passagens. Eles queimaram catracas sob os olhares de dezenas de PMs.
"Estamos aqui para dizer que, se os políticos e gestões querem que passemos fome e fiquemos doentes, ou que a gente não possa acessar nossa cidade e serviços públicos para manter o lucro dos empresários, nós continuaremos pulando as catracas e nas ruas por um transporte verdadeiramente público", repetiram em jogral.
Denúncias de violência
De acordo com manifestantes, a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo e há relatos de agressão.
"Depois que jogaram algumas bombas, muitos policiais (se eu não me engano 9) começaram a bater em uns meninos que estavam correndo das bombas. Na rua do lado pegaram um rapaz e começaram a bater nele, estava tudo gravado, mas o policial quebrou a câmera do cinegrafista e levou embora", relatou Taynara Lima.
"Isso foi surreal, muitos correndo em bandos, mas vi uma garota pra trás, não poderia deixar pra trás, mas quando fui ver já era tarde demais, me vi embaixo de um carro só pedindo para que não me vissem, sufocada com tanto gás. E lá podia ouvir abaixada muitos gritos dela sendo detida, realmente foi uma tortura psicológica. E me vi sem reação, espero que tudo esteja bem, pra geral também...Lembranças sempre...", afirmou Dominique Klebold.
O MPL está convocando um terceiro ato contra o aumento, marcado para a terça-feira (23), às 17h, na avenida São João com a Ipiranga, no Centro de São Paulo.