Justiça manda destruir provas da Operação Castelo de Areia, que atingia governos tucanos de SP

Documentos apontavam indícios de pagamento de propina pela empreiteira Camargo Corrêa em grandes obras públicas, entre elas o Rodoanel e o Metrô

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Documentos apontavam indícios de pagamento de propina pela empreiteira Camargo Corrêa em grandes obras públicas, entre elas o Rodoanel e o Metrô Da Redação A Operação Castelo de Areia chegou ao fim. A Justiça Federal determinou a destruição de todas as provas obtidas na Operação, que foi deflagrada em 2009, e tinha como alvos principais a ligação de empreiteiras e políticos tucanos de São Paulo, como José Serra e Geraldo Alckmin. Entre as provas que serão destruídas estão documentos, planilhas, manuscritos e e-mails apreendidos nas casas e escritórios de ex-executivos da construtora Camargo Corrêa, além de gravações de escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal. Um dos manuscritos, por exemplo, de 2006, trazia anotações sobre obras do Metrô e do “anel viário”, relacionando valores ao lado das iniciais “AM” e Arnaldo Madeira. Segundo a PF, era uma referência ao deputado federal Arnaldo Madeira (PSDB-SP), que foi chefe da Casa Civil do governo de São Paulo durante a gestão de Geraldo Alckmin. A destruição das provas ocorre após o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci ter dito, em delação premiada, que o ex-presidente do STJ Cesar Asfor Rocha recebeu suborno no valor de pelo menos R$ 5 milhões da Camargo Corrêa para barrar a Castelo de Areia. O juiz federal Diego Paes Moreira, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que autorizou a destruição do material, atendeu a requerimento de Darcio Brunato, Fernando Dias Gomes e Pietro Giavina-Bianchi, ex-executivos da empreiteira. Moreira diz que a inutilização de provas consideradas ilícitas está prevista no Código de Processo Penal e que a decisão do STJ que anulou a operação não é mais passível de recurso, na linguagem jurídica "transitou em julgado". (Foto: Dersa/SP)