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Investigadores da Lava Jato teriam afirmado, em entrevista ao "Valor", que Se Michel Temer for inocentado do processo em que é acusado de receber propina da JBS por meio de Rodrigo Rocha Loures, o Judiciário terá de pedir desculpas a José Dirceu por ter sido condenado com base em indícios muito mais frágeis do que os que existem contra o presidente da República
Por Jornal GGN
Se Michel Temer for inocentado do processo em que é acusado de receber propina da JBS por meio de Rodrigo Rocha Loures, o Judiciário terá de pedir desculpas a José Dirceu por ter sido condenado com base em indícios muito mais frágeis do que os que existem contra o presidente da República. É o que dizem investigadores da Lava Jato ouvidos pelo jornal Valor Econômico, em condição de anonimato.
"Em conversas reservadas, investigadores apontam que, se Loures for condenado e Temer inocentado, o Judiciário teria que fazer um "pedido de desculpas" ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que teria sido condenado no processo do mensalão com base no chamado 'domínio do fato', com provas que seriam bem mais frágeis que as existentes hoje contra Temer", publicou o Valor, nesta sexta (28).
A opinião dos investigadores está inserida em reportagem sobre o futuro do processo contra Loures caso a Câmara rejeite a abertura de investigação contra Temer, por corrupção passiva.
Se Temer só puder ser processado quando tiver encerrado o mandato, o Supremo Tribunal Federal deverá fatiar o inquérito e enviar as informações contra Loures para a primeira instância. Na tentativa de evitar isso, 'a defesa de Loures tentará argumentar que o caso dele também deve ficar suspenso, aguardando o julgamento de Temer."
A reportagem ainda especula qual seria o destino do processo contra Loures. Relator da Lava Jato, o ministro Edson Fachin poderia remeter o caso para a Justiça de Brasília, uma vez que o pagamento de propina a Loures foi combinado na capital, em reunião com um executivo da JBS. Nesse caso, o caso iria para as mãos do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que também cuida da Zelotes e da Greenfield.
Outra possibilidade seria enviar a Justiça Federal de São Paulo, onde Loures foi filmado recebendo a mala de propina da JBS com R$ 500 mil.
As chances do processo parar nas mãos do juiz Sergio Moro, no Paraná, são "remotas".
"Se a acusação contra Loures for remetida à primeira instância, tudo indica que será julgada de forma mais rápida que no STF, complicando a situação do ex-deputado e, indiretamente, também a imagem de Temer. Se a Câmara rejeitar a autorização para a denúncia contra o presidente, a acusação contra ele ficará suspensa, mas voltará a correr após a perda do foro privilegiado", acrescentou o jornal.