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Militares estão nos aeroportos e fecharam as pontes que dão acesso a Europa. Redes sociais também foram cortadas. O presidente, Recep Tayyip Erdogan, pede que população saia às ruas contra o golpe das forças armadas. "Terão a resposta necessária", afirmou
Por Opera Mundi
Em sua primeira declaração após a tentativa de golpe militar na Turquia na noite desta sexta-feira (15/07), o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu que a população saia às ruas para tentar impedir que os militares tomem o poder no país.
Erdogan, que está de férias em local não divulgado, apareceu via webcam no canal CNN Turk. O presidente turco culpou o "movimento gulenista", em referência a Fethullah Gülen, um clérigo muçulmano autoexilado nos EUA há dez anos e considerado o principal rival político de Erdogan, pela tentativa de golpe. Em maio, o governo de Erdogan classificou oficialmente o Hizmet, movimento liderado por Gülen, como um grupo terrorista.
Ele afirmou que a ação dos militares terá a “resposta necessária” de seu governo. Ele também declarou que continua no poder do país.
Membros das Forças Armadas turcas fecharam as pontes de Bósforo e Fatih Sultan Mehmet, em Istambul, e há relatos de jatos e helicópteros voando baixo sobre a cidade e em Ancara, além de tiros na capital turca. Militares também estacionaram tanques diante do aeroporto Atatürk, em Istambul, um dos mais movimentados da Europa, e bloquearam a entrada no terminal.
Segundo o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, os militares tomaram uma “ação ilegal” e não autorizada e o governo continua no comando do país. “Não vamos permitir essa tentativa”, disse ele à emissora turca NTV. “Aqueles envolvidos neste ato ilegal vão pagar o mais alto preço”, afirmou.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, o grupo de militares divulgou um comunicado em que dizem que as Forças Armadas "tomaram integralmente a administração do país para reinstaurar a ordem constitucional, os direitos humanos e liberdades, o Estado de direito e a segurança geral que foi deteriorada". "Todos os acordos internacionais [da Turquia] continuam valendo. Esperamos que todas as nossas boas relações com todos os países prossigam assim."
A agência de notícias estatal Anadolu afirma que Hulusi Akar, chefe das Forças Armadas da Turquia, está sendo mantido como refém em um quartel general militar em Ancara.
Um comunicado foi lido na TV estatal TRT por ordem dos militares informando a população que foram impostos toque de recolher e lei marcial – sistema de leis que entra em vigor em situações excepcionais, como durante um golpe de Estado – em todo o país. De acordo com a declaração, a Turquia será administrada por um "conselho de paz" que irá garantir a segurança da população e o país terá uma nova constituição em breve.