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Delator disse que nunca teve intimidade com o ex-presidente e nem se reuniu sozinho com ele
Da Redação
Nesta quarta-feira (23), o juiz Sergio Moro ouviu mais delatores sobre a denúncia aceita pelo magistrado de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria dono de um apartamento no Guarujá, no litoral de São Paulo. Desta vez, um dos depoentes ouvidos foi o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Paulo Roberto negou que tenha feito qualquer reunião com Lula para discutir ilegalidades. O delator na Operação Lava Jato afirmou que as únicas vezes em que viu Lula foram sempre na companhia do então presidente da Petrobras, para informações sobre projetos de desenvolvimento dos estados. E que desconhece qualquer pedido ou recebimento de vantagem indevida pelo ex-presidente da República.
Outro fato que chamou a atenção no depoimento foi que o apelido “Paulinho” que seria usado por Lula não passaria de invenção. "Nunca tive intimidade com o presidente Lula. Não existe isso dele ter usado (esse apelido) diretamente. Nunca tive uma reunião sozinho com o presidente Lula. Se ele usava com outras pessoas, eu não sei."
Paulo Roberto ainda confirmou que fechou, com auxílio da Procuradoria-Geral da República, um acordo de colaboração com órgãos norte-americanos, onde existem ações onde a Petrobrás é ré, não vítima. Ele teria tido duas reuniões sobre este tema com autoridades dos Estados Unidos e do Brasil. Essa confirmação vai de encontro com as suspeitas apontadas pela defesa do ex-presidente Lula de que a força-tarefa da Operação Lava Jato colabore em caráter não formalizado com o governo dos Estados Unidos.
Em nota, a defesa de Lula afirmou que mais uma vez as testemunhas isentaram o ex-presidente Lula de qualquer vantagem indevida. Nesta segunda-feira (23), o ex-senador Delcídio Amaral depôs, em Curitiba, contra o ex-presidente Lula. Ele afirmou ao juiz Sergio Moro nunca ter tido nenhuma conversa com o ex-presidente a respeito de qualquer procedimento ilícito.
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Leia a nota na íntegra a seguir:
NOTA
Mais uma vez, as testemunhas arroladas pelo Ministério Público Federal para a segunda audiência realizada hoje (23/11) na 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba isentaram o ex-Presidente Luiz Inacio Lula da Silva em relação à acusação de recebimento de qualquer vantagem indevida por meio de um tríplex no Guarujá.
Foram ouvidos Pedro Corrêa, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco. Todos negaram (i) a realização de qualquer reunião com Lula em que ele tenha solicitado ou recebido vantagem indevida ou, ainda, (ii) qualquer relação entre Lula e o tríplex do Guarujá.
No item 50 da denúncia, o MPF havia relatado que Pedro Corrêa e José Janene foram apresentar ao ex-Presidente reivindicações de novos cargos e valores que seriam usados em benefícios de campanhas políticas e que, na ocasião, Lula teria negado o pleito dizendo: “Vocês têm uma diretoria muito importante, estão muito bem atendidos financeiramente. Paulinho tem me dito”. Lula, segundo o MPF, teria dito ainda que “Paulinho tinha deixado o partido muito bem abastecido com dinheiro para fazer a eleição de todos os deputados”. No entanto, na audiência de hoje Paulo Roberto Costa afirmou peremptoriamente que jamais Lula o tratou por Paulinho, até porque seu relacionamento com o então presidente era institucional e nunca houve conversa sobre vantagem indevida.
No curso da audiência, além de não seguir o rito estabelecido na lei, como registrado pela defesa em petição, Moro ainda fez nova antecipação de juízo de valor – tentando transformar o exercício do direito de defesa em falta de argumentos -, o que motivou a reiteração da sua suspeição.
A audiência também foi marcada para ouvir Nestor Cerveró. Seu depoimento, no entanto, foi transferido para amanhã (11 horas) em decorrência de uma decisão do juiz, que alegou percalços criados pela defesa, quando a mídia já havia divulgado anteriormente a palestra do magistrado no Teatro Positivo, prevista para às 20 horas de hoje.
Assessoria de imprensa do Teixeira, Martins & Advogados
(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)