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Ex-presidente destaca a coragem da presidenta Dilma Rousseff (PT) nas investigações contra corrupção na Petrobras, critica a oposição da mídia tradicional ao governo, defende o ajuste fiscal e reforça a legitimidade dos protestos pelos direitos trabalhistas: “Podem ter certeza que se fossem os tucanos nem em Brasília vocês chegavam"
Por Guilherme Franco
No dia em que o golpe militar completou 51 anos, nesta terça-feira (31/03), o ex-presidente Lula participou da Plenária Nacional das centrais sindicais e dos movimentos sociais em São Paulo, chamado de Dia Nacional de Mobilização - “Democracia sempre mais, ditadura nunca mais”, na quadra do Sindicato dos Bancários, no centro da capital paulista.
O ex-presidente afirmou estar indignado com a corrupção e que os delatores da Operação Lava Jato, caso de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, "são bandidos que passaram a virar heróis". "Já o bandido pega 40 anos de prisão, vai fazer delação premiada e vira herói. Diz 'ouvi falar', 'eu acho que...' e nem precisa de juiz, a imprensa já condenou."
“Nunca existiu ninguém com a coragem e a valentia da presidenta Dilma para fazer essas investigações. Essa empresa [Petrobras] é de alta governança. Se houve corrupção, foi de uma ou outra pessoa que terão que pagar o preço por ter enganado o povo brasileiro. Quero dizer aos 86 mil trabalhadores da Petrobras que os corruptos vão pagar o preço", disse o ex-presidente Lula.
Em seu longo discurso, Lula falou sobre a legitimidade dos movimentos em protestar pelos direitos dos trabalhadores e defendeu o ajuste fiscal da presidenta Dilma Rousseff (PT). “Era necessário fazer ajuste. Eu fiz um mais forte do que esse em 2003. Agora ela tinha a necessidade de dar uma parada. Quando as coisas melhorarem, a Dilma começa a reajustar de novo em favor do povo brasileiro. O sindicato não está contente, o movimento social não está, mas com a Dilma se tem certeza que pode negociar. Podem ter certeza que se fossem os tucanos nem em Brasília vocês chegavam", afirmou.
O ex-presidente falou ainda que o governo vem sendo alvo de um forte cerco dos veículos da mídia tradicional, comparando a situação vivida por Dilma agora com o início do seu segundo mandato em 2007. "No início do meu governo perguntavam se era o fim do meu governo; não era o fim e não será o fim do governo da Dilma. As manchetes de hoje contra Dilma são mais duras, violentas e mais virulentas do que contra mim. O segundo mandato de Dilma está apenas começando, ela pode terminar melhor do que eu terminei”, garantiu.
Lula também comentou sobre os protestos contra o governo. “Vencemos desde 2002, mas parece que para eles a eleição não termina nunca. Tivemos que enfrentar a infâmia, a mentira, a agressividade, que começou na Copa, com xingamentos contra ela. E mesmo assim ganhamos as eleições. Eles têm o direito de reclamar. O que precisamos é fazer o debate político e tentar convencê-los”, exaltou Lula, que defendeu o PT e a Petrobras das acusações de corrupção.
A plenária promovida pela CUT, CTB, MST, UNE, CMP e outros movimentos populares convocou e preparou duas grandes mobilizações marcadas para os dias 7 deste mês e 1º de maio.
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula.