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Ferramenta de rastreamento permitiu a identificação dos locais onde comentários racistas foram postados nas redes sociais. "Temos frases para colocar em todo o país. Infelizmente”, diz integrante da ONG Criola, responsável pela campanha
Por Redação | Fotos: Divulgação/ONG Criola
Um outdoor com um comentário racista, normalmente postado no Facebook: esse é o artifício utilizado pela campanha “Racismo virtual. As consequências são reais”, promovida pela ONG Criola, para conscientizar a população sobre os impactos das injúrias raciais escritas na internet.
Tudo começou quando a jornalista Maria Júlia Coutinho, da TV Globo, foi alvo de racismo nas redes sociais, em julho deste ano. "Diante do caso queríamos provocar uma reflexão. Será que um comentário na internet causa menos danos que uma ofensa direta? Para quem posta, pode até ser. Mas para quem sofre, o preconceito nunca é só virtual", diz o texto de apresentação da iniciativa. Por meio da ferramenta GeoTag, foi possível rastrear as mensagens racistas – cerca de cinquenta frases foram selecionadas. O próximo passo foi colocar os outdoors perto dos locais onde os posts foram feitos.
A campanha já chegou às cidades de Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ), Americana (SP), Feira de Santana (BA) e Vila Velha (ES). “Temos frases para colocar em todo o país. Infelizmente”, lamentou a médica Jurema Werneck, integrante da entidade, ao portal G1.
“É um alerta. Normalmente, quem faz esse tipo de comentário está em casa ou no escritório, se sentindo confortável e protegido, acreditando no anonimato”, afirmou Jurema. “Nossa campanha mostra que é fácil detectar a origem e levar o comentário para perto da pessoa”.
