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Presidenta afirma que país está numa posição "defensiva em relação à crise internacional, protegendo emprego, salário e investimento" e que Banco Central independente seria colocar um "quarto poder no Brasil"
Por Redação
Na manhã desta segunda-feira (22), entrevista com Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, foi exibida no Bom Dia Brasil, da TV Globo. A presidenta rebateu números trazidos por Miriam Leitão, que levariam a crer uma situação econômica internacional favorável. Isso ocorreu, por exemplo, quando a jornalista afirmou que a Alemanha cresce a 1,5%, e o Brasil, a 0,3%. "Não, a Alemanha não está crescendo 1,5%. A Alemanha está crescendo 0,8%, e há dúvidas a respeito da continuidade. Tanto é que o índice, aquele Zeus, que mede a confiança do empresariado na economia cai pelo nono mês consecutivo", retrucou Dilma.
De acordo com a presidenta, neste semestre ainda há a queda no crescimento chinês e de países vizinhos. "A situação no mundo é extremamente problemática, nós não temos mercados." E completou: "O Brasil está na defensiva em relação à crise internacional, protegendo emprego, salário e investimento. Três variáveis que nós protegemos: emprego, salário e investimento".
Em outro momento, Leitão tentou contestar a petista sobre sua posição contrária à independência do Banco Central, mencionando o caso do Reino Unido, onde o Partido Trabalhista concedeu autonomia ao órgão. Dilma foi categórica: "Ora, Banco Central independente nos termos do Brasil é simplesmente colocar um quarto poder na Praça dos Três Poderes", replicou, referindo-se ao poder de decisão que os banqueiros teriam caso isso de fato acontecesse.
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Os jornalistas também questionaram Dilma sobre sua campanha no rádio e na TV, que, de acordo com eles, "bota medo nas pessoas" em relação à eleição de Marina Silva. "Tudo o que eu falo está no programa da candidata", respondeu a presidenta, pontuando que não está amedrontando as pessoas. "Eu acho que estou alertando", disse. Ela comentou pontos do programa da pessebista que considera fracos, como redução do papel de bancos públicos e o impacto que isso pode ter em políticas como o Minha Casa Minha Vida."O governo coloca um subsídio nesta faixa [de pessoas com renda de até R$1,6 mil] entre 90% a 95% do valor do imóvel. Passa isso para banco privado, nunca esse país vai ver uma casa própria para população mais pobre", contestou.
[caption id="attachment_51988" align="alignleft" width="227"] (Reprodução/Twitter)[/caption]
Chico Pinheiro lembrou o parecer do procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, de que a propaganda eleitoral de Dilma é "tendenciosa"e "que poderia gerar estados emocionais desapegados da experiência real”. A candidata, mais uma vez, refutou os comentários. "Meu querido, ele pode ter a opinião dele", declarou. "Isto vai ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral. O tribunal vai ter de dar uma opinião. Do meu ponto de vista, eu quero o meu direito de defesa."
A entrevista com Dilma repercutiu nas redes sociais. No Twitter, duas hashtags ficaram entre os assuntos brasileiros mais comentados no microblogue, os Trending Topics: #BomDilmaBrasil e #DilmanoBomDiaBrasil.
(Foto de capa: Reprodução/Facebook)