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TSE deferiu liminar pedida pela coligação da candidata do PSB Marina Silva que resultou no fechamento do site de apoio à campanha de Dilma Rousseff. Representantes da página publicaram uma receita culinária como forma de protesto à censura
Por Redação
A presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff se pronunciou na noite de ontem (16) sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tirar do ar o site Muda Mais, coordenado por militantes petistas em apoio à sua campanha. O TSE tomou essa postura em resposta a um pedido da coligação da também candidata à presidência Marina Silva (PSB), que alegou tratar-se de propaganda irregular, uma vez que Dilma já possui uma página oficial e não haveria a necessidade de outra.
Sobre o assunto, a petista foi enfática ao dizer que essa seria uma tentativa da oposição de calar a voz da militância. “Pode ser que as pessoas não gostem do que nós falamos, mas é uma opinião. Crime de opinião no Brasil é algo ultrapassado - eu fui para a cadeia por crime de opinião. Na democracia, a opinião é algo que deve ser respeitado”, afirmou.
Os responsáveis pelo Muda Mais já retiraram o site do ar. Porém, como forma de protesto, publicaram uma receita culinária em sua página no Facebook, assim como veículos de comunicação costumavam fazer no período da ditadura militar em casos de censura.
Leia, abaixo, a nota oficial da página sobre o fato.
ATENÇÃO - ESTAMOS SAINDO DO AR.
O Muda Mais acredita que o amplo debate de ideias, posicionamentos e propostas é crucial para a democracia. Acreditamos também que a internet é o meio mais democrático e criativo de fazer o debate politico eleitoral. É o canal de comunicação que quebrou o monólogo da grande mídia, permitindo a milhares de pessoas que expusessem suas vozes e opiniões, antes abafadas. E esse poder de comunicação digital deve ser usado com discernimento, respeito e compromisso com a verdade.
Por isso mesmo, o Muda Mais sempre teve o caráter de levar o debate para as redes, se baseando na honestidade dos fatos, em uma boa apuração e na checagem das informações que servem ao diálogo franco e aberto. Uma de nossas principais diretrizes é a disputa no campo político entre projetos de país, sem agressões pessoais ou infundadas a ninguém, ataques desrespeitosos ou mentiras. Nossa postura tem sido, inclusive, a de apontar boatos e artificialidades construídas - mesmo quando elas agem em benefício da nossa candidata.
Temos lado, e sempre deixamos isso claro: defendemos, baseados em informações verdadeiras, o projeto de país em que acreditamos, e apontamos as incongruências dos projetos de nossos adversários. Esse foi o tipo de debate que estabelecemos com Aécio, com Eduardo Campos e, agora, com Marina Silva.
Fomos pegos de surpresa com a postura de Marina Silva e sua tentativa de censura ao Muda Mais. Justamente da candidata que afirma ser representante da nova política, que fala em democratizar o debate público e que, assim como Dilma, tem na internet um importante espaço de participação. Foi, no entanto, justamente Marina Silva quem deu uma prova de que não quer o debate, ao entrar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com um pedido para retirada do Muda Mais do ar.
Vamos proceder à defesa jurídica de todos os pontos que foram questionados, e não vamos deixar que posturas anti-democráticas nos calem. É importante que todos saibam, inclusive nossos adversários: não se cala a internet - a produção, o acesso a informações na web e seu caráter democrático . O Muda Mais carrega em si o espírito da rede. Não se cala a verdade, ela vai continuar circulando pela Internet, entre os militantes e entre aqueles que reconhecem a revolução social que o Brasil trilhou nos últimos 12 anos, sob os governos de Lula e Dilma.
Vamos continuar fazendo o contraponto na política. Marina precisa entender que na democracia ninguém fala sozinho. Tentar calar o Muda Mais é tentar calar o debate político.
Foto de capa: Reprodução / Facebook