SPM premia iniciativas escolares que promovem igualdade de gênero

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Um dos colégios premiados realiza oficinas profissionalizantes para mulheres da comunidade conseguirem informação e independência Por Aline Leal, da Agência Brasil Estudantes dos ensinos médio e superior de escolas públicas e privadas receberam hoje o 9º Prêmio Construindo a Igualdade de Gênero. A premiação tem o objetivo de estimular a reflexão sobre as desigualdades existentes entre mulheres e homens, com as abordagens de raça, etnia, geração, sexualidade e classe social. Com uma disciplina voltada ao combate ao preconceito em todas as suas formas, o Centro de Ensino Fundamental 01 de Planaltina, região administrativa do Distrito Federal, foi uma das 10 escolas premiadas. De acordo com o coordenador de diversidade da Coordenação Regional de Ensino de Planaltina, Alexandre Brito, a disciplina “Parte Diversificada” faz parte do currículo do DF, porém costuma tratar de folclore, ética e outros assuntos. “Nosso projeto Diversidade na Escola é uma forma de continuarmos a luta pra extirpar a homofobia, o racismo, a misoginia, o sexismo dos nossos alunos”, explicou Brito. “A gente começou a desmitificar algumas questões trabalhando com conceitos relacionados a gênero: o que é gênero, o que identidade de gênero, o que é sexo biológico, para que a gente pudesse entrar na questão da orientação sexual e trabalhar todos os dilemas e as fobias relacionados”, explicou. Mais de mil estudantes da quinta à oitava série já passaram pela disciplina. O colégio Georgete Eluan Kalume, de Rio Branco, também está entre os dez premiados. De acordo com o professor Hélio da Silva, o projeto Vivia e Não Via. Agora Vejo, alfabetiza mulheres da comunidade, faz palestras sobre sexualidade e direito da mulher e organizar oficinas, como de bombons e artesanato, para mulheres da comunidade conseguirem informação e independência. “São mulheres sofridas, que já passaram por violência, dependentes do marido. Nós levamos essas mulheres para a escola para que elas vejam nesse ambiente um amparo”, explicou Silva. Inicialmente, o projeto era voltado para as mães dos alunos, mas depois foi ampliado para as mulheres da comunidade que se interessassem. Com a integração entre as mães e a escola, foi percebido um aumento do interesse dos alunos pelo colégio e consequentemente o aumento do número de aprovações, refletido na nota da escola no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Para a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM), Eleonora Menicucci, as questões relacionadas à desigualdade de gênero “tem vida”, tem história que começa quando alguém determina que azul é uma cor de homem e o rosa, de mulher.  “O azul é de homem quando ele quer, e o rosa de mulher quando ela quer. O verbo fundamental a ser conjugado é escolher e cada pessoa só tem capacidade para escolher se tem informação, a pessoa que não tem informação não tem competência para escolher”, disse a ministra. O prêmio, que é entregue pela SPM em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Educação e a ONU Mulheres, abriu hoje (2) as inscrições para a décima edição.  Escolas, estudantes do ensino médio, graduação e pós-graduação poderão inscrever trabalhos até 28 de novembro de 2014, no site www.igualdadedegenero.cnpq.br/igualdade. As categorias contempladas são estudante do ensino médio; estudante de graduação; graduado, especialista e estudante de mestrado; mestre e estudante de doutorado; e escola promotora de igualdade de gênero. Os autores recebem valores em dinheiro, bolsas de estudos, equipamentos de informática e assinaturas de revistas acadêmicas. (Fotos de capa: Valter Campanato/Agência Brasil)