Espanha: 200 mulheres pedem para inscrever seus corpos no registro de propriedade

Ação convocada nas redes sociais tem como objetivo reivindicar o direito das mulheres de decidirem sobre seus próprios corpos

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Ação convocada nas redes sociais tem como objetivo reivindicar o direito das mulheres de decidirem sobre seus próprios corpos Original em La Marea. Tradução de Ítalo Piva [caption id="attachment_41647" align="alignleft" width="300"] Dezenas de pessoas cercaram os escritórios de registro em Madri, Sevilla, Barcelona, Zaragoza e Bilbao (Foto La Marea)[/caption] Aproximadamente 200 mulheres fizeram fila nessa quinta-feira nos escritórios de Registro de Propriedades de várias cidades espanholas com o objetivo de "registrar seus corpos". A artista e ativista social Yolanda Domíiguez convocou essa ação nas redes sociais, com o objetivo de reivindicar o direito das mulheres decidirem sobre seu próprio corpo. A repercussão tem sido muito maior do que esperada. As redes sociais divulgaram a convocação e a tornaram um protesto em massa. “Estamos fartas que nos digam, ao longo da história, como temos que tratar nosso corpo, e queremos expressar nossa indignação de uma maneira criativa, mediante uma ação coletiva”, explica Domínguez. “Nosso corpo é um território que temos que reconquistar”, continua. Dezenas de pessoas cercaram os escritórios de registro em Madri, Sevilla, Barcelona, Zaragoza e Bilbao. “Pensava que os funcionários iam ficar muito bravos, porém, depois das primeiras reações de choque, de não acreditar, vinha a compreensão absoluta”, afirma. De fato, em Madri o funcionário que as atendeu se comprometeu a ajudar Domínguez na semana que vem. “Está absolutamente de acordo, e quer criar um precedente legal”, diz ela. Não foi tão fácil em outras cidades, onde a ativista assegura que os funcionários exigiram pré-requisitos “absurdos” para registarem a solicitação. Mesmo que não seja possível finalmente inscrever os corpos como bens móveis, as manifestantes conseguiram o verdadeiro objetivo da ação: uma repercussão grande o suficiente para tornar evidente suas reivindicações. Domínguez confessa que hoje, um dia depois, percebe-se o êxito pelos contatos feitos por meios de comunicação que querem falar com ela, inclusive de outros países, como o México.