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Próximo do Castelão, estádio da Copa 2014 no Ceará, bairro é alvo de "boom" imobiliário
Por Angelina Miranda, em Quintal da Palavra
[caption id="attachment_32463" align="alignleft" width="300"] (Foto: Quintal da Palavra)[/caption]
Passaré nunca foi considerado um bairro “nobre” na capital do Ceará, mas depois da reforma do Estádio Castelão para a Copa de 2014, empresas de diversos segmentos passaram a investir na região.
Uma delas é a Jatahy Engenharia, responsável pela construção do edifício “Recanto dos Sabiás”.
Pensando em atrair compradores para os apartamentos, a construtora garante: “Para quem busca o perfeito equilíbrio entre beleza e tranquilidade. Uma região sem favela”.
Zero farofa, feiura e panelaço, com uma vizinhança "classe única".
Se querem fazer crer que o êxito da segurança e tranquilidade dependem de anos luz de distância das favelas, o mesmo não podem afirmar sobre o edifício estar à “salvo” delas. As quebradas.
Ano passado estive em Fortaleza. Passeando pelos arredores do Castelão vi várias casas simples, de tijolo baiano, sem reboco, janelas de alumínio... Casas pobres. Em ruas pobres.
Havia em algumas dessas casas faixas que diziam: “O único legado que quero que a copa deixe é a minha casa”. Mesmo com o aclamado “boom” imobiliário, a favela existe, está lá, e muito antes da chegada dos edifícios-paraíso-na-terra. Se postos em prática é outra história, mas não deixam de ser bonitos e comprometidos os valores da construtora, vejam só:
“Primar pela ética, respeito e transparência, tornado acima de tudo, uma vida mais justa, fraterna e de iguais condições para todos.” (sic)
Para todos. Mas, por favor, sem favelas.