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[caption id="attachment_34096" align="alignright" width="301"] Para Carlo Petrini, o cultivo do milho transgênico é "extremamente prejudicial para os pequenos agricultores locais, para as variedades tradicionais, para a saúde do meio ambiente e das pessoas, além da economia rural" (Foto: Divulgação/Sin Maíz No Hay País)[/caption]
Em resposta à ação coletiva, tribunal federal ordena suspensão de autorizações para empresas como Monsanto, Pioneer o Syngenta
Da Redação As organizações da sociedade civil mexicanas comemoram o que consideram uma primeira vitória na luta contra os transgênicos. O tribunal federal distrital para questões civis da Cidade do México emitiu uma medida cautelar para suspender as autorizações existentes ou pendentes para o uso de milho geneticamente modificado. “O milho transgênico representa um risco iminente de dano para o meio ambiente”, afirmou o juiz federal Jaime Eduardo Verdugo, em sua decisão do dia 10 de outubro. A medida é endereçada ao Ministério da Agricultura (Sagarpa) e ao Ministério do Meio Ambiente (Semarnat), os órgãos federais competentes. De acordo com a decisão, “todas as atividades relacionadas com o plantio de milho transgênico no país devem ser suspensas”. A decisão do juiz é uma resposta a uma ação coletiva de cidadãos, agricultores, camponeses, populações indígenas, advogados, cientistas e ativistas, apresentada em 5 de junho, que lutam para defender a cultura mais representativa do México e base da alimentação tradicional – o milho. “Essa ação sintetiza o que temos defendido há 15 anos: a proteção do milho como alimento básico dos mexicanos, assim como a preservação do nosso país livre de transgênicos, já que é o reservatório genético desse cereal, fundamental para a humanidade e o principal produtor mundial na atualidade”, disse Adelita San Vicente, representante da Fundação Semillas de Vida A.C, que apoia a campanha “Sin Maíz No Hay País” (Sem milho, não há país). “As culturas transgênicas exigem grandes extensões de terra, monoculturas e, especialmente, enorme capital, sem contar que precisam de um uso constante de agrotóxicos”, explica Carlo Petrini, presidente do Slow Food, que tem diversos representantes no México entre os signatários da ação coletiva. “Falamos, portanto, de uma agricultura filha da era industrial, que com o tempo demonstrou ser extremamente prejudicial para os pequenos agricultores locais, para as variedades tradicionais, para a saúde do meio ambiente e das pessoas, além da economia rural. Por isso, a decisão tomada pelo tribunal federal pode ser comemorada como uma vitória para a incrível biodiversidade deste país e de quem luta para preservá-la”, afirma Petrini.