DS, tendência petista, desautoriza Senador que foi à marcha de Malafaia contra o PL 122

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A Democracia Socialista, tendência de esquerda de histórica importância na construção do PT, realiza sua 10ª Conferência Nacional nos dias 8 a 10 de julho, no Hotel Nacional, em Brasília. Está no ar o anteprojeto de resolução que vai orientar os debates rumo ao encontro. A DS publicou, faz alguns dias, uma nota reiterando o seu apoio à causa LGBT. Diz a nota: Reafirmamos o compromisso do posicionamento público da nossa militância no fortalecimento dos direitos LGBT, priorizando ações afirmativas. Nesse sentido, apoiamos: a aprovação do Projeto de Lei da Câmara nº. 122/2006, que proíbe e pune a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero; a União Civil entre homoafetivos/as; a consolidação de políticas públicas de Estado para a população LGBT; as Paradas, criticando veemente a apropriação do mercado em relação ao segmento e campanhas de combate a Lesbofobia, Homofobia e Transfobia. Seria só mais uma nota reafirmando um compromisso, não fosse o contexto em que ela aparece. Fontes consultadas por este blogue confirmam que ela é uma resposta e uma desautorização pública, ainda que implícita, ao Senador Walter Pinheiro (PT-BA), vinculado à tendência, que compareceu à marcha organizada pelo Pastor Malafaia em Brasília contra o Projeto de Lei 122, de autoria de Marta Suplicy (PT-SP), que trata da penalização da homofobia. Walter Pinheiro esteve na “Marcha pela Família” em péssima companhia: além de Malafaia, estavam lá o senador Marcelo Crivella (PR-RJ) e os deputados federais João Campos (PSDB-GO), Ronaldo Fonseca (PR-DF), Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Anthony Garotinho (PR-RJ). É evidente que não se questiona o direito do Senador Walter Pinheiro ser evangélico. Mas o apoio à cidadania LGBT e ao PL 122 é programática para a DS e a nota, apurou o blogue, é, sim, uma implícita “chamada às falas”. O Senador Pinheiro tem um histórico de lutas e merece o voto de crédito. Inclusive, ele figura, numa entrevista do presidente da própria ABGLT, Toni Reis, como um parlamentar que sempre apoiou a causa. Mas pisou na bola no caso da “Marcha pela Família”: não se tratava de defesa da família coisa nenhuma, como sabemos. Tratava-se de defender o “direito” de pregar homofobia. Não, não pode, não. Seria bacana que se aproveitasse o ensejo da Conferência Nacional para fazer uma cobrança clara ao Senador. Afinal de contas, não adianta nada a DS soltar notas em apoio à causa LGBT se a sua voz no Senado as subverte na prática. PS:  Acontece hoje, 10/06, às 18:30, no CREA (Rua Buenos Aires, 40, Centro), a abertura da Conferência Estadual da DS-RJ. O debate "Diretrizes de um programa para a revolução democrática no Brasil" conta com Joaquim Soriano (Coordenação Nacional da DS), Lindbergh Farias (Senador, PT-RJ) e Jorge Bittar (Secretário de Habitação do RJ). Coordenam Robson Leite (Deputado Estadual, PT) e Clarissa Alves (UEE-RJ). Atualização: a Maria Frô também fez um post sobre o caso. Atualização em 16/06: Outro lado: em recente entrevista, o Senador Walter Pinheiro negou ter participado da Marcha pela Família. É o primeiro pronunciamento público do Senador sobre o caso, depois de que sua suposta presença no ato foi noticiada por dezenas de sites e blogs. Fica registrado aqui o contraditório.

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