Os principais intentos da Conferência é a realização de um referendo mundial dos povos sobre o aquecimento, a criação de um Tribunal de Justiça Climática e a construção novas propostas e compromissos para serem negociados com outros países.
Por Redação
Com a proximidade da Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra, que acontecerá de 19 a 22 deste mês, em Cochabamba, na Bolívia, diversos países estão organizando as propostas preliminares que serão apresentadas durante o evento. A expectativa é que, deste momento de união entre povos que se preocupam com o futuro do planeta, saiam decisões que possam conter as mudanças climáticas e promover um modo de vida sustentável.
A Conferência será protagonizada por organizações indígenas, mestiças, afrodescendentes; por intelectuais; estudantes; movimentos sociais, coletivos, governos e demais interessados no assunto. Todos serão chamados a refletir sobre o que está ocasionando as mudanças climáticas e quais consequências estão sendo geradas. A partir disso, devem ser criadas e implantadas as medidas necessárias para se promover um modo de vida que não afete tão intensamente a natureza.
Entre os principais intentos da Conferência está a realização de um referendo mundial dos povos sobre o aquecimento, a criação de um Tribunal de Justiça Climática e a construção novas propostas e compromissos para serem negociados com outros países. Para concretizar estes objetivos, será debatido prioritariamente dívida climática, migrantes-refugiados da mudança climática, redução de emissões, adaptação, transferência de tecnologia, financiamento, florestas e mudança climática, visão compartilhada e povos indígenas.
A realização de uma conferência sobre as mudanças climáticas na Bolívia foi proposta pelo presidente boliviano Evo Morales ao constatar o fracasso da 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP15), realizada de 7 a 19 de dezembro de 2009. Por entender que os países ricos não estavam interessados em implantar medidas efetivas a fim de viver em harmonia com a natureza e salvar o planeta, Morales sugeriu que a própria população decidisse sobre como é possível agir de modo sustentável e responsável para tentar reverter ou retardar as mudanças climáticas.
Motivados pela proposta do presidente boliviano, organizações de países como Equador, Peru e Chile decidiram organizar fóruns, oficinas e reuniões a fim de criar propostas preliminares que serão levadas à Conferência em Cochabamba. A realização de mobilizações para debater as mudanças climáticas é a prova de que diversas nações estão avançando rumo a um modo de vida responsável.
No Chile, uma reunião de apoio à Conferência dos Povos foi realizada no último dia 24. Na ocasião, mais de 30 organizações se uniram para entrar em consenso sobre quais eixos temáticos serão levados para debate na Bolívia.
A Confederação Nacional de Indígenas do Equador (Conaie) promoveu no país um debate prévio à Conferência. A I Oficina de Informação e Fortalecimento de Capacidades sobre Mudança Climática levou representantes de nacionalidades e povos da Costa e da Amazônia, participantes de conselhos e coordenadoras indígenas a discutirem a relação entre os direitos e os impactos das mudanças climáticas nos povos indígenas e bosques.
Até mesmo os mais jovens se envolveram na criação de ideias para um mundo melhor e se dispuseram a mudar suas mentalidades para ?ver mais?. Por iniciativa do governo brasileiro e da Rede de Responsabilidades Humanas, adolescentes de 12 a 15 anos de todas as regiões do Chile foram estimulados a debater sobre as mudanças climáticas e suas responsabilidades. Na oportunidade, os jovens construíram a "Carta de Responsabilidade Cuidemos do Chile".
Com informações da Adital.