O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), Clovis Bersot Munhoz, decidiu se afastar do cargo, após ser acusado de assédio sexual. A própria entidade confirmou a saída do médico.
A denúncia foi feita por uma técnica de enfermagem de 26 anos que acusa o Munhoz, de 72 anos, de fazer comentários de cunho sexual no centro cirúrgico do Hospital Glória d’Or, no Rio de Janeiro.
A vítima relatou que Munhoz disse que ela precisava ter mais relações sexuais por ter se casado muito cedo. A técnica de enfermagem disse, ainda, que chegou a pedir demissão para evitar contato com o médico.
O acusado é cirurgião ortopédico e foi indiciado pela 9ª delegacia policial, no bairro do Catete, pelo crime de assédio sexual, de acordo com informações da Agência Brasil.
“Prezando pela lisura e pelo comprometimento com a transparência, o Cremerj informa que o conselheiro Clovis Bersot Munhoz, que atualmente ocupa o cargo de presidente do conselho, decidiu, junto à diretoria, se afastar. Isso porque será aberta uma sindicância em seu nome para apurar a denúncia sobre assédio sexual veiculada na imprensa”, diz nota do órgão.
O comunicado ressalta, também, que o processo será encaminhado ao Conselho Federal de Medicina (CFM), que vai designar o caso a outra regional, com o objetivo de garantir isenção e imparcialidade.
“O conselho reafirma seu repúdio por qualquer tipo de assédio e trabalha junto das autoridades para coibir essa prática antiética e criminosa”, acrescenta.
Cremerj suspendeu registro de Giovanni Quintella Bezerra, o médico estuprador
Recentemente, o Cremerj decidiu suspender, provisoriamente, o registro do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Ele está preso, preventivamente, por estuprar uma grávida durante a cesariana, em um hospital do Rio.
A decisão da entidade, tomada em plenária, impede que o anestesista exerça a medicina em todo o país. Além disso, o Cremerj instaurou processo ético-profissional contra Quintella, o que pode ter como consequência a cassação definitiva do registro.
Munhoz chegou a divulgar um comunicado para ressaltar que a instituição agirá com a rapidez que a situação exige. “Firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige”, disse.