O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) decidiu suspender, provisoriamente, o registro do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Ele está preso, preventivamente, por estuprar uma grávida durante a cesariana, em um hospital do Rio.
A decisão da entidade, tomada em plenária, impede que o anestesista exerça a medicina em todo o país. Além disso, o Cremerj instaurou processo ético-profissional contra Quintella, o que pode ter como consequência a cassação definitiva do registro.
Clovis Munhoz, presidente do Cremerj, divulgou um comunicado para ressaltar que a instituição agirá com a rapidez que a situação exige. “Firmamos um compromisso com a sociedade de celeridade no que fosse possível e essa suspensão provisória é uma resposta. A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige”, disse.
A delegada Barbara Lomba, que comanda as investigações do caso, declarou que o médico pode ser considerado um criminoso em série.
No momento, a polícia está apurando se Quintella cometeu, pelo menos, mais cinco estupros, sendo dois no mesmo dia em que foi filmado por enfermeiros atacando uma paciente anestesiada.
“Pela repetição das ações criminosas, podemos dizer, por que não, que ele é um criminoso em série”, afirmou Barbara, em entrevista nesta quarta-feira (13), na Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, Baixada Fluminense, onde aconteceram os fatos.
A equipe de enfermagem do Hospital da Mulher Heloneida Studart já desconfiava da conduta do agressor havia cerca de um mês. Então, no domingo (10), surgiu a prova. Quintella foi gravado colocando o pênis na boca de uma paciente desacordada, durante procedimento de cesárea.
Investigação sobre estupro filmado por enfermeiros está no final
A delegada destacou, ainda, que a investigação do estupro que foi filmado está quase finalizada. Faltam colher o depoimento da vítima e ter acesso à conclusão da perícia sobre o material que foi apreendido, como a gaze que ele teria usado para limpar o pênis depois do crime e os recipientes de medicamentos utilizados para sedação, de acordo com a Folha de S.Paulo.
Barbara acrescentou que “muito provavelmente” o médico aplicava anestesia em excesso nas grávidas com o intuito de cometer a violência sexual. “A sedação pareceu desnecessária, ao final do procedimento. A vítima não estava nervosa, agitada. Tudo indica que era feita para a prática do estupro”.