Uma adolescente de 13 anos, pertencente a uma casta profundamente estigmatizada e marginalizada na Índia, os Dalits, e que vive no Estado de Uttar Pradesh, no norte do país, sofreu um estupro coletivo no início deste ano e, após meses tomando coragem para denunciar o crime, foi à delegacia e acabou sendo estuprada pelo policial que deveria registrar a ocorrência.
O caso gerou uma onda de protestos violentos na nação asiática, que registra um dos maiores índices de crimes sexuais no planeta. Mulheres foram às ruas nas principais cidades indianas, como Nova Déli, Mumbai e Bangalore, assim como parlamentares, para cobrar do governo nacional providências para a redução desse tipo de abuso.
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O chefe de polícia de Uttar Pradesh, Nikhil Pathak, informou que policial acusado, lotado na delegacia de Lalitpur, foi removido do cargo e preso. Ele anunciou também a detenção de três dos quatro acusados pelo estupro coletivo. O oficial superior comunicou ainda que 29 outros agentes de segurança da unidade, sob suspeita de conivência com o abjeto crime, foram afastados do trabalho e serão investigados pelas autoridades.
Priyanka Gandhi Vadra, deputada de oposição ao governo ultraconservador do primeiro-ministro Narendra Modi, não poupou a inércia do político e de seu gabinete, acusado por feministas de fechar os olhos para os crimes cometidos contra as mulheres, embora a lei tenha sido, em tese, enrijecida no país após episódios dantescos de estupro ocorridos na última década.
“As verdadeiras reformas da lei e da ordem estão sendo reprimidas sob o barulho de tratores. Se as delegacias de polícia não são seguras para as mulheres, para onde elas irão com suas queixas?", disparou a parlamentar progressista.