A deputada federal Áurea Carolina (PSOL-MG), candidata à prefeitura de Belo Horizonte nas eleições deste ano, iniciou um debate nas redes sociais na noite desta sexta-feira (25) sobre o machismo enfrentado por mulheres que ocupam cargos na política. A parlamentar expôs a pergunta machista de um seguidor sobre como ela pretende ser prefeita tendo filho pequeno.
"Se você está com essa agenda tão cheia assim, com filho pequeno, etc. Como quer ser prefeita de Belo Horizonte?", questionou o homem, que não teve seu perfil revelado. "Vocês acham que candidatos homens recebem questões como essa?", desabafou Áurea ao compartilhar a pergunta.
"Para que homens estejam em dia com sua vida pública, liberados dos cuidados com as crianças e o universo doméstico, há um trabalho invisível feito por mulheres. Não quero seguir ocultando essa realidade. Minha luta é para trazer a lógica do cuidado para o centro do nosso fazer político", afirma a deputada.
"Torço para que cada vez mais mulheres ocupem cargos na política. Acredito muito que vamos eleger mais de nós neste ano, para seguir reinventando a experiência de estar no poder. Daqui a alguns anos, quem sabe, não soe tão estranho assim", completou.
O relato de Áurea foi compartilhado por outras mulheres, inclusive por outras parlamentares, como é o caso da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP). "A resposta é: não! Ninguém nem sabe se ele é pai. Nunca perguntam onde estão seus filhos enquanto trabalham. Muito menos se a paternidade atrapalha sua atividade política", criticou a parlamentar.
No ranking da representatividade feminina na política, divulgado em 2019 pela União Interparlamentar Internacional (UIP), o Brasil ocupa a 133º posição em uma lista que com 192 nações. Apesar de serem a maioria do eleitorado (52%), mulheres ocupam apenas 15% das vagas no Congresso Nacional.
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