Diversas mulheres afirmam terem sofrido abuso sexual por parte do produtor de cinema brasileiro e curador de festivais internacionais Gustavo Beck. A informação consta em reportagem do Intercept Brasil, que diz ter recebido relatos de 18 vítimas dividas em seis países.
As denúncias ganharam força no dia 13 de maio, depois que uma das vítimas, Cat de Almeida, publicou em sua página no Facebook um relato dos abusos que sofreu e dizer que queria falar sobre a sua experiência de "agressão sexual, machismo e opressão" na indústria do cinema. Também disse que "estupro é um crime violento onde o sexo é a arma".
O caso dela aconteceu em 2017, em Buenos Aires, aos 24 anos. Cat estava na casa do curador e conta que foi agarrada pelo cabelo e recebeu uma mordida na cabeça. “Desde que entramos [no apartamento], o contato passou a ser insistentemente físico, e eu dizia ‘isso não vai acontecer’”, contou. “Até que ele agarrou meu cabelo e me deu uma mordida na parte de trás da cabeça. Eu fui para a porta, ele bloqueou a minha passagem e me empurrou. Então, abaixou as minhas calças e as dele”, continua.
Curador e jurado em festivais de cinema, Beck é visto como influente nesses espaços e considerado referência da América Latina em eventos internacionais. Atualmente, ele mora em Portugal e até o ano passado trabalhava como programador convidado do Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, na Holanda, e como curador nos festivais Viennale, na Áustria, e Bafici, na Argentina.
Nos Estados Unidos, denúncias contra o produtor de cinema Harvey Weinstein, magnata de Hollywood, deram origem ao movimento #MeToo, contra o abuso sexual. Ele foi condenado a 23 anos de prisão por estupro e agressão sexual.