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Mulher, lésbica, negra e periférica, Luana morreu no dia 13 de abril, 5 dias após ser espancada por policiais militares
Por Beatriz Sanz
O pequeno trajeto entre o Largo do Paissandu e o Largo do Arouche no centro de São Paulo foi feito neste sábado (28) por centenas de mulheres que pediam justiça para o caso de Luana dos Reis Barbosa. Duas irmãs, um sobrinho e a ex-companheira acompanharam o ato, vestidas com uma camisa que retratava a alegria de Luana.
Roseli dos Reis relembrou a forma como a irmã foi agredida e depois como ela, a mãe e os vizinhos foram silenciados para não prestarem socorro à vítima. “A Luana tinha passagem na polícia, mas eu e minha mãe não, e isso não impediu que nós tivéssemos armas apontadas para a nossa cara”, contou.
Em 13 de maio, o juiz Luiz Augusto Freire Teotônio negou o pedido de prisão dos PMs suspeitos e decidiu que o caso de Luana não era um homicídio, apenas lesão corporal seguida de morte e, portanto, deveria ser julgado apenas pela Justiça Militar. O Ministério Público recorreu, mas ainda não obteve resposta.
A caminhada das mulheres lésbicas acontece todos os anos um dia antes da Parada do Orgulho LGBT, para dar visibilidade ao preconceito que as mulheres lésbicas e bissexuais ainda sofrem.